Resumo

Título do Artigo

DECISÕES FINANCEIRAS EM SITUAÇÃO DE POBREZA: perspectivas da economia comportamental
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Palavras Chave

economia comportamental
pobreza
tomada de decisão

Área

Finanças

Tema

Finanças Comportamentais

Autores

Nome
1 - Patrícia de Lira Marques
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE) - Unidade Acadêmica de Serra Talhada
2 - Tricia Thaise e Silva Pontes
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE) - Unidade Acadêmica de Serra Talhada

Reumo

A pobreza afeta 1,1 bilhão de pessoas globalmente (UNPD, 2023) e envolve não apenas a escassez financeira, mas também a falta de controle e oportunidades (Haushofer e Fehr, 2015). A economia comportamental estuda como fatores psicológicos e cognitivos influenciam as decisões dos pobres. Limitações cognitivas, autocontrole fraco e ansiedade prejudicam decisões financeiras, perpetuando a pobreza. Governos e ONGs têm usado essa abordagem para criar intervenções eficazes, como microfinanças e políticas de saúde baseadas em "nudges" (Thaler e Sunstein, 2008; Banerjee e Duflo, 2011).
O presente artigo objetiva compreender e mapear a literatura existente sobre a tomada de decisão financeira em situações de pobreza a partir da perspectiva da economia comportamental, evidenciando as principais teorias e metodologias utilizadas na área. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliométrica na base de dados da plataforma Scopus, baseada em indicadores que demonstraram a evolução e a relevância dos estudos nessa temática.
A economia comportamental é um campo interdisciplinar que busca compreender como fatores psicológicos, cognitivos, emocionais e sociais influenciam as decisões dos indivíduos. Em um ambiente de pobreza, os processos psicológicos e cognitivos preconizados pela economia comportamental seriam desencadeados ou amplificados, afetando as decisões econômicas de maneira que seriam semelhantes em qualquer pessoa sob tais circunstâncias (Bertrand, Mullainathan e Shafir, 2004). De acordo com essa perspectiva, a pobreza não impõe apenas limitações econômicas, mas também custos cognitivos.
Os 349 artigos encontrados abordam a economia comportamental da pobreza, explorando como fatores psicológicos, econômicos e sociais influenciam as decisões de indivíduos em situação de vulnerabilidade. Temas incluem tomada de decisão em condições de escassez, comportamento de consumo, impactos da privação financeira na cognição e comportamento moral, e intervenções para melhorar decisões econômicas e sociais. As pesquisas destacam a importância de políticas públicas formuladas a partir da compreensão dos contextos individuais e sociais na redução da pobreza e promoção do bem-estar.
O crescimento no número das publicações ao longo dos anos, o elevado número de citações e o considerável impacto dessas pesquisas destacam a importância da temática nas agendas de pesquisa e periódicos. Os estudos abordam desde a capacidade cognitiva limitada pela escassez até intervenções comportamentais, passando por temas já consolidados, como aversão ao risco e escolha intertemporal. As pesquisas indicam que a pobreza intensifica os vieses cognitivos e comportamentais, levando a decisões imediatistas e subótimas. Políticas públicas que consideram esses aspectos podem mitigar tais efeitos.
BANERJEE, A. V.; DUFLO, E. Poor Economics: A Radical Rethinking of the Way to Fight Global Poverty. PublicAffairs, 2011 HAUSHOFER, J.; FEHR, E. SOBRE A PSICOLOGIA DA POBREZA. In: ÁVILA, Flávia; BIANCHI, Ana Maria. GUIA DE ECONOMIA COMPORTAMENTAL E EXPERIMENTAL. São Paulo: EconomiaComportamental.org, 2015. p. 141–156 THALER, R. H.; SUNSTEIN, C. R. Nudge: Improving Decisions About Health, Wealth, and Happiness. Yale University Press, 2008 United Nations Development Programme. 25 países reduziram pela metade a pobreza multidimensional em 15 anos, mas 1,1 bilhão ainda vive na pobreza. Brasil, 2023