Resumo

Título do Artigo

Shareholders versus stakeholders: A relação entre o poder dos trabalhadores e as recompras de ações
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Palavras Chave

Recompras de ações
Poder dos trabalhadores
Ministério Público do Trabalho

Área

Finanças

Tema

Gestão Financeira

Autores

Nome
1 - Simone de Araújo Fernandes
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade
2 - Verônica de Fátima Santana
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Mestrado
3 - VINICIUS AUGUSTO BRUNASSI SILVA
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade

Reumo

A Teoria dos Shareholders defende que o objetivo principal das corporações é maximizar o retorno para os investidores, desde que dentro dos limites legais. Em contraste, a Teoria dos Stakeholders surgiu após escândalos como Enron e WorldCom, propondo que as empresas devem considerar não só os acionistas, mas todos os envolvidos (como fornecedores, clientes, funcionários e comunidade). Enquanto ambas as teorias são moldadas pela ética nos negócios, elas frequentemente entram em conflito sobre o que é correto.
Esta pesquisa teve como objetivo investigar o impacto do poder dos trabalhadores na decisão de recompras de ações das empresas, avaliando o conflito entre shareholders e um grupo de stakeholders, os trabalhadores, pelos recursos da empresa.
Diversos motivos podem ser considerados pelas empresas ao decidir entre remunerar acionistas via dividendos ou recompras (Jagannathan et al., 2000; Kahle, 2002). Decisões que envolvem stakeholders como clientes e funcionários também afetam recursos disponíveis para acionistas, gerando conflitos. Chen et al. (2015) estudaram a relação entre poder dos trabalhadores e recompras de ações, sugerindo que empresas com trabalhadores mais influentes podem evitar recompras devido a aumento de alavancagem e expectativas de performance futura.
Para analisar a relação entre o poder dos trabalhadores e a remuneração dos acionistas, investigamos a relação entre o número de procedimentos autuados no Ministério Público do Trabalho, como proxy de força dos trabalhadores, e as recompras efetivadas em cada período, assim como os dividendos pagos. As recompras foram compiladas a partir dos documentos de Valores Mobiliários Negociados e Detidos disponibilizados pela Comissão de Valores Mobiliários. A análise foi feita através de regressões com dados em painel e efeitos fixos de empresa usando dados de 856 empresas entre 2018 e 2023.
Os resultados das estimações mostram que ao analisar as variações ano a ano nas recompras foram encontrados que empresas com maior número de procedimentos em um ano aumentam menos (ou diminuem) as recompras (em R$ mil e em percentual do lucro) naquele ano em relação ao ano anterior. Quanto aos dividendos, de forma semelhante às recompras, só encontramos relação negativa e estatisticamente significante na variação dos dividendos ponderados pelo lucro. Considerando os valores dos coeficientes em relação aos valores médios de dividendos e recompras, o efeito para as recompras é mais proeminente.
Os resultados sugerem que existe um conflito entre shareholders e stakeholders, especificamente os trabalhadores, pelos recursos da empresa, de modo que quando os trabalhadores são mais atuantes em relação a seus direitos, as empresas dispendam menos recursos para os acionistas, principalmente na forma de recompras de ações.
Chen, S. S., Chen, Y.-S. and Wang, Y. (2015), Does Labor Power Affect the Likelihood of a Share Repurchase?. Financial Management, 44: 623-653 Jagannathan, M., Stephens, C. P., & Weisbach, M. S. (2000). Financial flexibility and the choice between dividends and stock repurchases. Journal of financial Economics, 57(3), 355-384. Kahle, K. M. (2002). When a buyback isn’ta buyback: Open market repurchases and employee options. Journal of Financial Economics, 63(2), 235-261.