Resumo

Este estudo analisa a percepção de liderança em diferentes coortes geracionais dentro de corporações militares, usando a Teoria da Liderança Implícita. Enfatiza-se a inclusão da Geração Z, explorando como suas perspectivas sobre liderança se integram e potencialmente redesenham os protótipos de líderes estabelecidos, evidenciando a evolução das expectativas geracionais em ambientes altamente estruturados.

A pesquisa identifica e analisa os protótipos de líderes percebidos pelas coortes geracionais em uma corporação militar brasileira, investigando como a inclusão recente da Geração Z altera as concepções de liderança e quais são as expectativas intergeracionais em um contexto de alta disciplina e exigência, como o corpo de bombeiros. Apesar dos insights existentes na literatura, foi identificada uma lacuna significativa na compreensão dessas dinâmicas no contexto militar brasileiro, principalmente considerando a inclusão da Geração Z e suas particularidades em relação às demais gerações.

A revisão teórica focaliza na Teoria da Liderança Implícita e nas coortes geracionais dentro do contexto militar, destacando contribuições de Mannheim (1993) sobre a formação de gerações e de Sternberg (2000) sobre esquemas cognitivos que moldam a percepção de liderança. Este enquadramento teórico aborda como as experiências coletivas influenciam as expectativas de liderança, refletindo a diversidade de percepções entre as gerações.

A metodologia empregada neste estudo baseia-se no paradigma interpretativista, utilizando uma abordagem qualitativa com grupos focais, segmentados por coortes geracionais e cargos dentro do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Esta escolha metodológica permitiu uma análise profunda das percepções intergeracionais sobre liderança, favorecendo a compreensão dos protótipos de líderes de cada geração.

A análise revela que cada coorte possui expectativas distintas quanto ao protótipo de líder ideal, com a Geração Z enfatizando a necessidade de liderança que balanceia habilidades técnicas e emocionais com uma forte orientação para responsabilidade social e ética, contrastando e evoluindo em relação às gerações anteriores.

Os resultados indicam uma evolução significativa nas expectativas de liderança, com a Geração Z promovendo um modelo de liderança que integra empatia, competência técnica e responsabilidade social. Este achado sugere que as lideranças devem adaptar-se para atender às nuances de cada coorte geracional, fortalecendo a coesão e a eficácia organizacional em contextos militares.

As principais referências deste estudo incluem Sternberg (2000) e Epitropaki e Martin (2004) para fundamentar a Teoria da Liderança Implícita. Além disso, autores como Mannheim (1993) são essenciais para entender as coortes geracionais. Estudos de Al-Asfour (2014) e Goleman (2019) sobre estilos de liderança intergeracionais e inteligência emocional também são cruciais para a análise das características de liderança nas diferentes gerações.