Resumo

Título do Artigo

DESEMPENHO DA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DE GOIABAS, MANGAS E MANGOSTÕES (2016 – 2023): APLICAÇÃO DOS MÉTODOS CMS E IVCR
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Palavras Chave

Competitividade
Agronegócio
Comércio internacional

Área

Agribusiness

Tema

Gestão de Risco e Comercialização Agrícola

Autores

Nome
1 - Rafaela Mariane de Lima Felix
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias
2 - Brigitte Renata Bezerra de Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE) - PPAD - Programa de Pós-Graduação em Administração e Desenvolvimento
3 - Marcio Sampaio Pimentel
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE) - Departamento de administração

Reumo

O Brasil é reconhecidamente um país competitivo no mercado internacional a partir do agronegócio (Santos et al. 2023). As exportações brasileiras do agronegócio alcançaram, entre dezembro de 2022 a novembro de 2023, US$ 152,4 bilhões, com destaque a fruticultura. Dados da Associação de Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS, 2024), o Brasil é o maior produtor mundial de goiaba e o terceiro na produção de manga; entre 2020 e 2022, alcançou a marca de 124,9 milhões de toneladas de goiaba, manga e mangostões (Secex, 2024).
Apesar dos altos índices de produção, o Brasil possui baixa representatividade (Bornal et al. 2021), ocupando menos de 1% do valor das exportações mundiais do setor em 2021 (Vidal, 2023). Do total produzido apenas 2,4% foram destinados à exportação em 2023 (ABRAFRUTAS, 2024). É pertinente, portanto, aprofundar o entendimento acerca da competitividade do agronegócio do país. Com isso, o objetivo desta pesquisa é analisar o desempenho das exportações brasileiras de goiaba, mangas e mangostões, no período de 2016 a 2023, aplicando os métodos CMS e IVCR.
O CMS é um método que analisa comportamento e tendências do comércio mundial (Ahmadi-Esfahani, 2006). É considerado um modelo simples e flexível (Milana, 1988) por determinar os fatores que influenciam no desempenho da exportação de determinado produto; utiliza como bases o mercado de destino e as importações totais do mundo. O método do IVCR mensura a potencialidade e capacidade que um país tem em exportar determinado produto, baseia-se na teoria clássica das vantagens comparativas de David Ricardo (Santos e Sousa, 2019).
A coleta dos dados secundários foi realizada nas bases de dados disponíveis do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e Secex e no World Integrated Trade Solution (WITS). Foram aplicadas técnicas de estatística descritiva para delineamento do perfil da população, sobretudo com uso de medidas de tendência central. Na análise do CMS considerou Holanda, EUA, Espanha, Reino Unido, Portugal, Canadá, Argentina, Chile, França e Alemanha, e para IVCR e IVCRS México, Holanda, Índia e Egito. Os dados foram tabulados e analisados com auxílio do Microsoft Excel ®.
Com base no CMS, a exportação brasileira variou US$ 58,48 milhões entre os períodos e houve crescimento do tamanho de mercado com variação de 75,5%. No entanto, a composição do mercado brasileiro sofreu impactos negativos com redução de valor FOB em US$ -4,14 milhões, a competitividade brasileira apresentou resultado bastante negativo para as exportações, com variação de -446,1% para os períodos, sendo responsável por apenas 18,48 milhões US$. A partir do IVCR observa-se que no período em análise, o Brasil apresentou vantagem comparativa revelada forte, resultado superior à Holanda e à Índia.
Os resultados indicam que o desempenho foi favorável e crescente, no período considerado, todavia, atribui-se tal desempenho não à competitividade do país ou das empresas produtoras e exportadoras e sim ao aumento da demanda de mercado. Em termos de VCR, o Brasil demonstrou possuir forte e continua vantagem. Contudo, os resultados gerais indicam que as goiabas, mangas e mangostões brasileiros apresentam desempenho exportador apenas satisfatório frente ao comércio mundial, especificamente aos principais exportadores desse agrupamento, mantendo sua participação constante no período de análise.
Principais referências: AHMADI‐ESFAHANI, F. Z. Constant market shares analysis: uses, limitations and prospects*. Australian Journal of Agricultural and Resource Economics, v. 50, n. 4, p. 510–526, dez. 2006. BORNAL, D. R. et al. Brazilian position in the international fresh fruit trade network. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 43, n. 5, 2021. MILANA, C. Constant-market-shares analysis and index number theory. European Journal of Political Economy, v. 4, n. 4, p. 453–478, jan. 1988.