Cidade Inteligente
Administração
Revisão Integrativa
Área
Tecnologia da Informação
Tema
Governo Digital, TICs para Desenvolvimento, Cidades Inteligentes (Smart Cities), Governo Aberto, Tecnologias Emergentes (Blockchain, IA, IoT, Analytics) no Setor Público
Autores
Nome
1 - Matheus Chaves Lopes UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - Itaperi
2 - Carlos Cesar de Oliveira Lacerda UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - PPGA
3 - Hermano José Batista de Carvalho UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - Administração
Reumo
As cidades desde da urbanização enfrentam um crescente exponencial de aglomerações em seus espaços, em sua grande maioria de forma não planejada e desqualificada, o que acarretou em inúmeros problemas nos ambientes urbanos (Harrison; Donnelly, 2011). Em vistas de viabilizar a vida nas cidades de forma mais organizada, igualitária e desenvolvida do ponto de vista da sua eficiência, surgem modelos que incorporam teorias do conhecimento a aspectos da gestão urbana, como as Cidades Inteligentes (Neirotti et al., 2014).
No entanto, as discussões sobre Cidades Inteligentes se concentram em sua maioria na perspectiva teórica europeia e norte-americana, focando em tecnologias avançadas e estratégias predefinidas, sem levar em conta a realidade dos ambientes. Isso acaba por negligenciar as características socioeconômicas e tecnológicas de países como o do Sul Global (em específico neste trabalho o Brasil). Desta forma, o objetivo central deste estudo visa compreender como o tema “cidades inteligentes” tem sido discutido no contexto da administração na produção científica brasileira.
Ainda que não haja consenso entre os autores sobre o conceito de cidades inteligentes, é possível observar duas linhas predominantes nas ciências que estudam essa temática – a visão tecnológica e a visão orientada ao social (Mora; Reid; Angelidou, 2019). A visão tecnológica orienta a difusão das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) nos ambientes urbanos (Harrison et al., 2010). Por outro lado, a visão orientada ao social enfoca os efeitos urbanos em todo o sistema, centralizando as pessoas como principal beneficiárias (Caragliu; Del Bo; Nijkamp, 2013).
Através de uma revisão integrativa nas bases SPELL e SciELO foi possível classificar os 30 artigos resultantes em 5 categorias temáticas que emergiram do campo, são elas: 1)“Avaliação das experiências de aplicação e/ou aproximação do conceito de cidades inteligentes no contexto brasileiro”; 2)“O uso das TICs e as questões decorrentes de seu uso na construção de cidades inteligentes”; 3)“Governança pública e participação cidadã na construção das cidades inteligentes”; 4)“A dimensão da sustentabilidade nas cidades inteligentes”; e 5)“Outras abordagens sobre cidades inteligentes”.
As categorias com maior quantidade de trabalhos foram: 1)“Avaliação das experiências de aplicação e/ou aproximação do conceito de cidades inteligentes no contexto brasileiro” e 2)“O uso das TICs e as questões decorrentes de seu uso na construção de cidades inteligentes”, com 9 trabalhos cada. Quanto à linha de predominância conceitual deu-se pela visão tecnológica de CI, buscando tornar a gestão pública mais eficiente através da utilização das TICs. Ainda, os conceitos de cidades inteligentes no Brasil são, em sua maioria, baseados em contextos socioeconômicos distintos da sua realidade.
CARAGLIU, A.; DEL BO, C.; NIJKAMP, P. Smart cities in Europe. In: Creating Smarter Cities. Routledge,2013.
HARRISON, C. et al. Foundations for smarter cities. J. of research and development, v. 54,2010.
HARRISON, C.; DONNELLY, I. A theory of smart cities. In: Proceedings of the 55th Annual Meeting of the ISSS-2011, Hull,2011.
MORA, L.; REID, A.; ANGELIDOU, M. The current status of smart city research: exposing the division. In: Smart cities in the post-algorithmic era. E. E. Publishing,2019.
NEIROTTI, P. et al. Current trends in Smart City initiatives: Some stylised facts. Cities, v. 38,2014.