Resumo

Vivenciamos uma era de transformações e oportunidades sem precedentes. Com o avanço da tecnologia, as novas formas de trabalho e os impactos da pandemia de COVID-19, que alteraram a maneira de trabalhar e viver, muitas profissões estão se adaptando a um novo cenário. A transformação da natureza do trabalho na era contemporânea traz consigo questões que afetam diretamente a experiência dos trabalhadores e a percepção do seu sentido.

O principal problema identificado nesta pesquisa reside na complexidade inerente à compreensão de como os sentidos do trabalho do consultor autônomo na área de gestão são compreendidos (Dourado et al, 2009; Eppler-Hattab, 2022). O objetivo desta pesquisa foi compreender os sentidos do trabalho do consultor autônomo que atua na área de gestão.

A década de 1970 marcou um aumento nas pesquisas sobre o sentido do trabalho, gerando diversas perspectivas e interesse acadêmico (Antunes, 2015; Neves et al, 2018), sendo visto como parte da realidade social, influenciando ações individuais (Neves et al., 2018). A identidade profissional coletiva é substituída pela busca de realização pessoal (Rohn & Lopes, 2015). O trabalho autônomo, especialmente na consultoria, pode oferecer independência e flexibilidade (Crisan & Marincean, 2023).

O estudo, de natureza qualitativa, seguiu os fundamentos da fenomenologia transcendental de Edmund Husserl e o método fenomenológico descritivo de Colaizzi (1978). Para a coleta dos dados, realizou-se entrevistas em profundidade remotas com base fenomenológica, de acordo com a proposta de Seidman (2013), com sete consultores.

Os sentidos do trabalho para os consultores que participaram do estudo são autonomia, liberdade, propósito, contribuição social, satisfação e realização profissional.

Os sentidos revelados no trabalho autônomo pelos consultores foram contribuição social, propósito, autonomia, liberdade, e satisfação e realização profissional. A autonomia e liberdade do trabalho independente permitem conexão com a própria identidade, trazendo realização pessoal e profissional. Além disso, construir relacionamentos diretos com clientes e ter flexibilidade para definir horários e locais de trabalho agregam sentido ao trabalho autônomo, criando um equilíbrio entre vida e trabalho alinhado com as aspirações individuais.

Antunes, R. (2015). Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. 2 ed. São Paulo,SP: Boitempo. Colaizzi, P. F. (1978). Psychlogical research as the pnenomenologist views it. In: Valle, R. S. & King, M. Existential phenomenological alternatives for Psycology. Oxford University Press. Crisan, E.L. & Marincean, A. (2023) The digital transformation of management consulting companies: a review. Information Systems and e-Business Management, 21, 415–436. Eppler-Hattab, R. (2022). From lifelong learning to later life self-employment. Journal of Enterprising Communities.