Ciclo de aprendizagem experiencial
Educação para o empreendedorismo
Jornada empreendedora
Área
Ensino e Pesquisa em Administração
Tema
Experiências no ensino-aprendizagem
Autores
Nome
1 - Anderson Clayton Oliveira Silva INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO (IFPE) - Ipojuca
2 - Joiciane Rodrigues de Sousa UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) - Recife
3 - Fernando Gomes de Paiva Júnior UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Departamento de Ciências Administrativas
Reumo
A educação para o empreendedorismo influencia o desenvolvimento socioeconômico de uma região, visto que prepara as pessoas para o mercado de trabalho de modo que aprimora competências demandadas em ambientes dinâmicos, como o pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade e capacidade de adaptação. A exemplo desses ambientes dinâmicos, têm-se o de intensa transformação digital que oferece oportunidades para os empreendedores criarem novas empresas. Nesse contexto, a aprendizagem experiencial tem sido utilizada, uma vez que impacta positivamente no comportamento empreendedor.
O ciclo de aprendizagem experiencial de Kolb (1984) é utilizado na educação para o empreendedorismo. Mas, os estudos que utilizam o modelo centram-se na análise de sua relação com as práticas de ensino, carecendo de estudos que o relacione com a jornada de empreendedores. Logo, buscamos entender como o ciclo de aprendizagem experiencial de David Kolb se manifesta durante a jornada empreendedora e descrever as possíveis implicações para a educação para o empreendedorismo, a fim de responder como a jornada de empreendedores de êxito pode contribuir para educação para o empreendedorismo?
A aprendizagem experiencial é importante na jornada empreendedora, visto que possibilita aos empreendedores obterem conhecimentos e habilidades a partir da prática, experimentação e reflexão (Mets; Trabskaja; Raudsaar, 2019). Os empreendedores aprendem com os erros, sendo uma oportunidade para que possam refletir e ajustar as suas estratégias (Lattacher; Wdowiak, 2020). O ciclo de aprendizagem de David Kolb é uma ferramenta utilizada na jornada empreendedora, que pode facilitar um aprendizado contínuo e adaptativo, contribuindo para o sucesso no ambiente dinâmico dos negócios (Morris, 2019).
Se caracteriza como um estudo de caráter básico, qualitativo e descritivo. A organização do corpus de pesquisa ocorreu pela análise de 18 episódios de uma série especial de histórias empreendedoras de sucesso, produzidas pela Endeavor Brasil, com recorte no segmento empresarial de tecnologia e transformação digital.
O critério para a definição da quantidade de histórias empreendedoras de sucesso a serem analisadas foi a saturação. Aplicou-se a análise de conteúdo temática nas informações coletadas em quatro fases de análise: pré-análise, codificação, categorização e inferência (Bardin, 2016).
A jornada dos empreendedores analisados se apresenta de maneira não linear e complexa, da percepção de oportunidades à sua exploração, em que passam por problemas e cometem erros, que exigem a aprendizagem e adaptação por meio das experiências que vivenciam.
Analisar a jornada de empreendedores que já passaram por situações concretas ao longo das suas vidas pessoais e profissionais possibilita identificar implicações práticas que podem contribuir para a educação para o empreendedorismo, no sentido de auxiliar na definição de práticas de ensino que possibilitam uma aprendizagem experiencial.
Percebe-se que a jornada dos empreendedores é influenciada pela aprendizagem experiencial, indicando a presença das etapas do ciclo de aprendizagem de Kolb (1984). Os empreendedores aprendem por meio da experimentação ativa e das experiências concretas que vivem ao longo da jornada empreendedora e pela observação reflexiva e conceitualização abstrata, que são diferenciais no processo empreendedor uma vez que é por meio da reflexão que conseguem dar sentido às experiências concretas. Ademais, o estudo corrobora críticas ao modelo de David Kolb como a rigidez, simplicidade e aspecto prescritivo.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 1. ed. São Paulo: Edições 70, 2016.
KOLB, D. A. Experiential Learning: Experience as The Source of Learning and Development. 1. ed. New Jersey: Prentice-Hall, 1984.
METS, T.; TRABSKAJA, J.; RAUDSAAR, M. The entrepreneurial journey of venture creation: reshaping process and space. Revista de Estudios Empresariales, [S. l.], v, 2, n.1, p. 61-77, 2019.
MORRIS, T. H.; KÖNIG, P. D. Self-directed experiential learning to meet ever-changing entrepreneurship demands. Education + Training, [S. l.], v. 63, n. 1, p. 23-49, 2021.