Teletrabalho
Redesenho do Trabalho
Grupo Focal On-line
Área
Gestão de Pessoas
Tema
Bem-Estar e Mal-Estar no Trabalho
Autores
Nome
1 - Péricles Nóbrega de Oliveira IF Sertão-PE e NPGA (UFBA) - Petrolina
2 - SONIA MARIA GUEDES GONDIM UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - Instituto de Psicologia
3 - DIVA ESTER OKAZAKI ROWE UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - NPGA - Núcleo de Pós Graduação em Administração da UFBA
Reumo
A pandemia de Covid-19 acelerou o processo de transformação dos modos de trabalho, com a institucionalização do teletrabalho. Estudos de revisão sistemática apontam a necessidade de aprofundamento na compreensão da relação entre o teletrabalho e a saúde mental (Ribeiro, 2021). Assim, recorremos a dois construtos que consideramos promissores. O redesenho do trabalho, que contribui para o bem-estar do trabalhador (Paschoal et al., 2022); e a satisfação no trabalho, que tem a finalidade de desenvolver um ambiente voltado ao bem-estar dos teletrabalhadores (Artar & Erdil, 2024).
O objetivo do presente estudo consiste em analisar a experiência, acessando sentimentos, vantagens e mudanças no desenho do trabalho de servidores públicos que atuam integral ou parcialmente em regime de teletrabalho, aqui denominados de telesservidores, em uma das primeiras Instituições Federais de Ensino (IFE) a adotar oficialmente o teletrabalho.
O termo teletrabalho pode ser definido como uma atividade realizada em qualquer local, a qualquer momento (Santos et al., 2022). Quanto à satisfação no trabalho, se trata de um sentimento que o telesservidor, tem a respeito de sua felicidade com a atividade e a organização (Nakrošienė et al., 2019). O Redesenho do Trabalho, por sua vez, trata de ajustes do trabalhador e da organização, gerando aumento da sensação de bem-estar, diante do maior controle sobre seus processos de trabalho (Devotto et al., 2022; Vianna et al., 2023).
Como técnica de coleta de dados foi utilizado o Grupo Focal On-line (GF), permitindo acessar experiências de telesservidores localizados em distintas regiões do país (Gondim et al., 2023). Participaram 8 telesservidores de uma IFE, que em 2020 se tornou um dos três primeiros órgãos ligados ao Ministério da Educação a adotar oficialmente o teletrabalho. O GF foi desenvolvido em abril de 2024, mediante autorização da diretoria da IES, com um encontro, em uma sala virtual do Google Meet. A análise categorial temática foi utilizada, a partir das proposições de Gondim e Bendassolli (2014).
Dentre as vantagens foram verificadas: desempenho; eficiência; facilidades; qualidade de vida. As desvantagens emitidas foram: problemas na adaptação; transferência de responsabilidade; impactos na vida pessoal. Foram encontrados quatro tipos de desenho do trabalho: Redesenho amplo; Redesenho na utilização de novas tecnologias; Redesenho de ajustes pessoais e procedimentais; Redesenho não necessário. Já os sentimentos foram os de: Assertividade; Gratidão; Interjeição emotiva; Alegria; Satisfação.
O que se verifica diante dos resultados, é o de que há uma clara percepção dos participantes de que o teletrabalho apresenta mais vantagens, do que desvantagens. Indo além, afirmam que possuem um sentimento positivo em relação a trabalhar fora do ambiente organizacional tradicional, mesmo em situações adversas e que o associam a ganhos de produtividade e de promoção de saúde mental.
Artar, M., & Erdil, O. (2024). Como a satisfação com a comunicação interpessoal impacta a satisfação no trabalho no caso de teletrabalhadores? O papel da conscientização em tecnologia da informação e do desempenho criativo. Revista de Administração de Empresas, 64(3), 1-26. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020240305x
Gondim, S.M.G., Carneiro, L.L., Morais, F.A., Peixoto, L.S.A., Moscon, D.C.B. & Andrade, R.S. (2023). Focus Groups in Brazilian Research: Current Scenario and Methodological Challenges. Paidéia, 33(e3324), 1-11. https://doi.org/10.1590/1982-4327e3324