Resumo

Título do Artigo

MAL-ESTAR E SOFRIMENTO PSÍQUICO NO E COM O TRABALHO: UMA ANÁLISE DE FATORES INTERVENIENTES NO SETOR BANCÁRIO
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Palavras Chave

Mal-estar no e com o Trabalho
Sofrimento Psíquico associado ao Trabalho;
Trabalho Bancário

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Significado do Trabalho, Satisfação e Mecanismos de Recompensa

Autores

Nome
1 - Angelis Reis Tres
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - Programa de Mestrado Profissional em Gestão para a Competitividade
2 - Anderson de Souza Sant'Anna
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - Departamento de Administração Geral e Recursos Humanos
3 - Daniela Martins Diniz
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI (UFSJ) - Departamento de Ciências Administrativas e Contábeis - DECAC

Reumo

Contemporaneamente, o crescente debate em torno do que se convencionou denominar Quarta Revolução Industrial aponta para mudanças significativas nas relações indivíduo-trabalho-organizações (SANT’ANNA; FERREIRA; SANTOS, 2020). Tais transformações têm suscitado efeitos diversos. Um deles está relacionado aos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017), que aponta que mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão e ansiedade. Dados apontam também o crescimento das doenças de natureza psíquicas e comportamentais.
O objetivo do estudo foi investigar fatores intervenientes no mal-estar e no sofrimento psíquico no e com o trabalho em instituição bancária atuante no Brasil. Visa, ainda, analisar estratégias pessoais e organizacionais adotadas com vistas à sua administração e prevenção.
A revisão de literatura contemplou discussão sobre fatores de mal-estar e sofrimento psíquico no e com o trabalho de bancários, assim como de principais estratégias de combate (coping), administração e prevenção adotadas pelos profissionais e pela organização, tendo por base contexto atual de negócios em transição para a quarta revolução industrial.
A pesquisa que subsidiou os resultados deste artigo pode ser caracterizada como uma pesquisa de abordagem qualitativa, desenvolvida por meio de estudo de caso único. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e em profundidade junto a profissionais médicos do trabalho prestadores de serviços de uma instituição bancária brasileira, que possui cerca de 90 mil colaboradores e conta com cinco mil agências distribuídas em todo o país.
Os achados indicam que ansiedade e depressão são as duas principais queixas dos bancários da instituição financeira investigada. Ou seja, problemas de saúde relacionados ao “adoecimento mental”. Evidencia-se, portanto, indicações quanto a características psicossomáticas associadas a fatores estressores no e com o trabalho. Os entrevistados salientam que os profissionais com distúrbios de natureza psíquica são acolhidos, aconselhados e encaminhados para especialistas em psiquiatria e psicologia. Todavia, a maioria dos relatos são pouco otimistas quanto à eficácia dessas ações.
Os resultados apontam como principal fator de mal-estar e sofrimento no e com o trabalho os processos de gestão de resultados e avaliação de desempenho centrados em contratos de metas, seguidos pela distância casa-trabalho e pelos estilos de gerenciamento e liderança vigentes na instituição. Quanto às estratégias individuais de combate tem-se a adoção do comumente retratado pela literatura– exercícios físicos, psicoterapia, relaxamento, controle da respiração, suporte social e congêneres -, patrocinados por meio de programas de cuidado de saúde mental e de programa de reinserção ao trabalho.
COELHO, Jorge Artur Peçanha de Miranda et al. Estresse como preditor da Síndrome de Burnout em bancários. Rev. Psicol., Organ. Trabalho, v. 18, n. 1, p. 306-315, 2018. GRASSI, N. C.; BRITTO, J. C.; DIEHL, L.. Categoria Bancária Privada: Por Que e Como Adoecem os Trabalhadores. Sociedade em Debate, Pelotas, v. 24, n. 2, p. 101-121, mai./ago. 2018. SANT’ANNA, A. S.; FERREIRA, J.; SANTOS, T. C.. Revolução 4.0: uma “radiografia” de países de economia desenvolvida e do Brasil. Revista de Empreendedorismo, Negócios e Inovação, São Bernardo do Campo, v. 4, n. 2 (2019), p. 27- 50, 2020.