Resumo

Título do Artigo

QUALIDADE DE VIDA NO ESPORTE COMO TRABALHO DE ATLETAS PARALÍMPICOS BRASILEIROS
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Palavras Chave

Qualidade de vida no trabalho
Esporte como trabalho
Esporte paralímpico.

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Significado do Trabalho, Satisfação e Mecanismos de Recompensa

Autores

Nome
1 - NANCY EDITH PINILLA CORTES
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienopolis
2 - Cleverson Pereira de Almeida
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Reumo

A temática da qualidade de vida no trabalho está fortemente presente na sociedade contemporânea. A partir do binômio esporte-trabalho, delineia-se o esporte como exercício profissional (VERMEULEN et al., 2016), sendo pertinente falar em qualidade de vida no trabalho, visto que a prática esportiva de alto rendimento absorve e reproduz a sistematização das características do trabalho no processo industrial (DEMAZIÈRE; OHL; LE NOÉ, 2015). É nesse contexto que se encontram os atletas paralímpicos brasileiros, aqui considerados trabalhadores.
Questão de pesquisa que se apresenta: como atletas paralímpicos brasileiros, da modalidade de atletismo, percebem a qualidade de vida no contexto do esporte como trabalho em ano que deveria ter sido olímpico, agora pré-olímpico? O objetivo desta pesquisa é compreender o que é qualidade de vida no esporte-trabalho de atletas paralímpicos brasileiros, da modalidade de atletismo, em preparação para a próxima edição dos Jogos Paralímpicos.
Autores como Rubio e Sanches (2011) e Campos, Capelle e Maciel (2017) argumentam que a prática esportiva pode ser considerada uma carreira profissional onde o atleta passa a vender sua força de trabalho e se torna um trabalhador esportivo. Rigauer (1981) detalhou aspectos análogos de comportamento entre trabalho e esporte e discutiu como o esporte imita o mundo do trabalho e a sociedade industrial. O esporte tem seus trabalhadores em seus atletas e partir da perspectiva da ergonomia da atividade aplicada à qualidade de vida no trabalho (FERREIRA, 2012) que se discute o esporte neste contexto.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória-descritiva. Os participantes da pesquisa são atletas paralímpicos brasileiros da modalidade de atletismo (feminino e masculino). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e em profundidade com 11 paratletas. O roteiro da entrevista abordou os fatores constituintes da Ergonomia da Atividade Aplicada à Qualidade de Vida no Trabalho, assim como os impactos provocados pelo adiamento dos Jogos em virtude da pandemia Covid-19. A análise dos dados foi realizada com o auxílio do software Novo NVivo
A análise dos resultados foi organizada em quatro categorias: (1) uma jornada de superação: o lugar da deficiência e do esporte na vida do atleta paralímpico; (2) esporte como trabalho: uma relação desvendada; (3) fatores estruturantes da ergonomia atividade para qualidade de vida no esporte como trabalho; e fatores geradores de bem esar e mal estar no contexto trabalho e (4) Impacto da pandemia de Covid-19 e adiamento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio; e 16 subcategorias.
As análises das entrevistas revelaram uma jornada de dupla superação, que passa primeiro pela superação das dificuldades relativas às limitações da deficiência por meio das oportunidades oferecidas pelo esporte e, depois, pela chegada ao esporte paralímpico, que possui um papel transformador e uma oportunidade de aquisição de uma nova identidade. As conquistas de medalhas e pódios internacionais são reconhecidos como o ápice dessa jornada de superação dos limites. Há exigências e constantes avaliações de rendimento e resultados assim como ocorre em outros tipos de organizações.
FERREIRA, M. C. Qualidade de vida no trabalho: uma abordagem centrada no olhar dos trabalhadores. 2. ed. Brasília: Paralelo 15, 2012. RIGAUER, B. Sport and work. New York: Columbia University Press, 1981. RUBIO, K.; SANCHES, M. S. A prática esportiva como ferramenta educacional: trabalhando valores e a resiliência. Educação e Pesquisa, v. 37, n. 4, p. 825-842, 2011.