1 - Ana Paula Perlin UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - PPGA
2 - Clandia Maffini Gomes UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Programa de Pós-Graduação em Administração
3 - Felipe Cavalheiro Zaluski UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA
4 - Francies Diego Motke UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Programa de Pós-Graduação em Administração
5 - Jordana Marques Kneipp UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Departamento de Ciências Administrativas
Reumo
Os principais agentes da sociedade, incluindo as empresas e indústrias precisam operar em consonância e aliadas às políticas de enfrentamento as mudanças climáticas. Os estudos envolvendo as questões climáticas e a indústria se concentram em como as empresas se ajustam às mudanças nas condições de negócios devido ao surgimento de novos concorrentes, novas demandas, mudanças políticas, econômicas e condições legais (Linnenluecke, Griffiths & Winn, 2013).
Nesse sentido, a questão fundamental da presente pesquisa: De que forma as práticas de mitigação se relacionam com o desempenho das empresas industriais? Para isso, o objetivo do estudo é analisar as práticas de mitigação às mudanças climáticas e sua relação com desempenho das empresas industriais brasileiras.
A mitigação, é considerada uma das importantes respostas corporativas perante as alterações do clima e seus impactos no ecossistema. Conforme Felgenhauer e Webster (2013) a mitigação é uma redução na ascensão da estufa atmosférica gasosa (GEE) ocorrendo via redução de emissões ou sequestro de carbono. A adoção de práticas sustentáveis no âmbito das mudanças climáticas pode influenciar sua posição no mercado, por meio da reputação empresarial e a legitimidade do mercado (Brammer & Pavelin, 2006).
Quanto aos objetivos, o estudo possui caráter exploratório e descritivo. Foi realizado uma etapa qualitativa com quatro empresas e uma etapa quantitativa por meio de um e-survey com 39 empresas brasileiras do setor industrial vinculadas ao Carbon Disclosure Project [CDP]. Adotou-se como variáveis independentes as práticas de mitigação para o enfrentamento das mudanças climáticas, e para as variáveis dependentes foram adotados os desempenhos: financeiro, inovador, de produção, de mercado e exportador.
Verifica-se que, dentre as práticas de mitigação, as que possuem maior média são as que envolvem ações de reutilização e reciclagem, já as práticas que representam menores percentuais de adoção se referem a atividades colaborativas entre empresas e envolvimento em negociação com governos e parcerias. Na análise de correlação a prática de Geração de Energia mais limpa e de baixo carbono apresentou correlações fortes com o Desempenho Financeiro e Exportador. A Reutilização de materiais e reciclagem de produtos apresentou correlações fortes com o Desempenho Inovador, de Mercado e Exportador.
Foi possível identificar relações existentes entre as práticas de mitigação e diferentes dimensões do desempenho empresarial, principalmente no que se refere a inovação. Ainda há evidências de que ações para controlar emissões de gases de efeito estufa podem levar a ganhos financeiros, de imagem e de produtividade.
Brammer, S. J., & Pavelin, S. (2006). Corporate reputation and social performance: The importance of fit. Journal of Management Studies, 43(3), 435–455.
Eekhout, J., & de Vente, J. (2019). Assessing the effectiveness of Sustainable Land Management for large-scale climate change adaptation. Science of The Total Environment, 654, 85-93. 10.1016/j.scitotenv.2018.10.350.
Felgenhauer, T., & Webster, M. (2013). Multiple adaptation types with mitigation: A framework for policy analysis. Global Environmental Change, 23, 1556–1565.
Linnenluecke, M. K., Zhou, C., Smith, T., Thompson, N., & Nucifora, N.