Resumo

O envelhecimento populacional teve grande crescimento ao longo dos anos. Ainda, os fatores socioeconômicos podem contribuir para maior incidência de doenças e condições crônicas. As doenças crônicas não transmissíveis são entendidas como o maior problema global de saúde. O grande desafio da saúde pública é acompanhar o crescimento da demanda que se agravou ainda mais no atual contexto da pandemia do COVID-19. Considerando que o sistema tem recursos limitados, uma forma de otimizar o atendimento é a organização da prestação dos serviços. As Redes de Atenção à Saúde é apontada como o caminho.

O objetivo do presente artigo é realizar uma revisão sistemática da literatura sobre as Redes de Atenção à Saúde utilizando o método bibliométrico para mapear o campo e apresentar uma síntese das sugestões de pesquisas futuras dos principais artigos das RASs.

A crise da saúde pública é configurada por um sistema fragmentado direcionado as condições agudas. A integração dos serviços de saúde pode ser alcançada por meio de uma rede de relações organizacionais envolvendo atividades como pontos de atenção à saúde, conjunto de programas, transferência de pacientes, procedimentos de referência e compartilhamento de informações. As RASs são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.

Pode-se observar que o campo de estudos de RASs ganhau maior relevância a partir de 2008. O Brasil e os EUA se destacaram no volume de publicações sobre as RAS. O periódico com maior volume de publicações e citações foi o Ciência & Saúde Coletiva. Dentre os artigos mais citados, o primeiro estudo foi o de Senst et al. (2001), seguido de Mendes (2010). A rede de co ocorrência de palavras chave evidenciou a centralidade no termo health care network, primary health care e management. O mapa de sugestões de pesquisas futuras foi agrupado por atenção primária, continuidade do cuidado e governança.

O campo de estudo sobre redes de atenção à saúde é relativamente novo. A atenção primária tem importante papel, possui alta resolubilidade de demandas e é a coordenadora da assistência. A gestão (management) é outro fator crucial das RAS, principalmente para a sua integração, para uma gestão voltada para o paciente, para a articulação dos níveis de atenção, para permitir a continuidade do cuidado, garantindo assim, a universalidade, integralidade e igualdade da assistência. O mapa de sugestões de pesquisas futuras apresentou importantes questões a serem discutidas sobre as RAS.

HUANG, K.; PROVAN, K. G. Structural embeddedness and organizational social outcomes in a centrally governed mental health services network. Public Management Review, v. 9, n. 2, p. 169-189, 2007. MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v.15, n. 5, p. 2297–2305, 2010. SENST, B. L.; ACHUSIM, L. E.; GENEST, R. P.; COSENTINO, L. A.; FORD, C. C.; LITTLE, J. A.; RAYBON, S. J.; BATES, D. W. Practical approach to determining costs and frequency of adverse drug events in a health care network. Am J Health-Syst Pharm, v. 58, n. 1, p. 1126-1132, 2001.