1 - JULIANO ALMEIDA DE FARIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Departamento de Ciências Contábeis de Itabaiana
2 - Sonia Maria da Silva Gomes EAUFBA - ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DA UFBA - NPGA
3 - ANDRÉ LUIS ROCHA DE SOUZA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA BAHIA (IFBA) - Campus de Salvador
4 - Viviane Torinelli UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - NPGA- Salvador
Reumo
O Acordo de Paris exige que 30% das reservas atuais de petróleo, 50% de gás e 80% de carvão deixem de ser consumidos, tornando-se ativos retidos ou do inglês stranded assets (Sei et al,2020; Sen,Von Schickfus,2020). Nesse contexto, destaca-se que o conceito de stranded assets ainda se encontra fragmentado (Shimbar,2021) demonstrando a necessidade de melhor entendimento da abrangência por meio de pesquisas científicas. A geração de stranded assets afeta as maiores empresas de petróleo, gás e carvão do mundo, toda cadeia estrutural decorrente e também as indústrias intensivas em carbono.
Qual o estado da arte da temática stranded assets produzido no meio científico?
Dessa forma, esta pesquisa objetivou compreender o estado da arte da temática stranded assets produzido no meio científico. Especificamente, busca-se identificar os autores proeminentes no estudo dos stranded assets com artigos publicados em periódicos internacionais; conhecer as principais ocorrências de concentração de pesquisas relacionadas ao tema stranded assets; e identificar tendências de direcionamento de pesquisas sobre os impactos dos stranded assets no contexto da economia de baixo carbono.
Ativos nas indústrias de combustíveis fósseis correm o risco de se tornarem encalhados e perder valor de mercado devido a avanços inesperados em tecnologia renovável e governos que intensificam as políticas climáticas à luz dos compromissos de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 ou 2°C. Os stranded assets surgem devido à incerteza sobre o tempo futuro desses dois tipos de eventos e custos substanciais de ajuste de investimento intertemporal e intersetorial.
Assim, abordam-se os temas: Acordo de Paris e Economia de baixo carbono; Conceitos e impactos dos stranded assets
A investigação demonstrou que o Acordo de Paris contribuiu para aumentar a quantidade de pesquisa sobre stranded assets com crescimento de 91,09%, quando comparado com o período pré-Acordo. Embora o número de pesquisas recentes seja significativo, o tema encontra-se concentrado em dois autores proeminentes os quais colaboram entre si e detêm forte influência nos demais trabalhos identificados em os outros cluster, servindo de referências em trabalhos da amostra extraída da base de dados Scopus. Nos últimos dois anos, outros autores vêm recebendo citações e ampliando pesquisas sobre o tema
Ben Caldecott e Adrien Vogt-Schilb foram identificados como proeminentes sobre a temática investigada devido ao significativo número de citações em trabalhos em todo o mundo. Por meio da técnica de análise, os principais termos foram levantados e suas respectivas associações numa rede estruturada demonstrando conexão intertemporal entre eles apoiado na linha do tempo de publicações pré e pós-Acordo de Paris. Tendências para pesquisas ligadas a política climática, framework sobre o tema, energia renovável entre outros num cluster principal de Mudança Climática.
PFEIFFER, A.et al. Committed emissions from existing and planned power plants and asset stranding required to meet the Paris Agreement. A.Pfeiffer,C.Hepburn,A.Vogt-Schilb and B.Caldecott. Environmental Research Letters, v.13, n.5, 2018.
SEI, IISD, ODI, E3G, and UNEP.The Production Gap Report: 2020 Special Report
SEN,S.;VON SCHICKFUS, M.T. Climate policy,stranded assets, and investors’ expectations. Journal of Environmental Economics and Management, v. 100, 2020.
SHIMBAR, A. Environment-related stranded assets: An agenda for research. Renewable and Sustainable Energy, 2021.