Resumo

Título do Artigo

INTERAÇÃO ENTRE AS DECISÕES DE FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO DE EMPRESAS BRASILEIRAS
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Palavras Chave

Estrutura de Capital
Investimento
Endogeneidade

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital, Dividendos e Fusões e Aquisições

Autores

Nome
1 - Anderson Luis Saber Campos
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC (UFABC) - CECS
2 - Erick Reyann Kasai Yamada
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC (UFABC) - CECS

Reumo

Os estudos sobre a capacidade de criação de valor através das decisões de financiamento têm por premissa a independência destas em relação as decisões de investimento. Assume-se que haverá fundos suficientes para financiar todos os projetos (FAULKENDER; PETERSEN, 2006). A capacidade de escolher bons projetos, aumenta a probabilidade de geração de fluxos de caixa no futuro, os quais podem ser reinvestidos e, reduzir a dependência de recursos externos ou do endividamento. Isto sugere uma relação endógena entre as decisões de financiamento e investimento.
Resultados empíricos sugerem a relação entre as decisões de financiamento e investimento (FAZZARI; HUBBARD; PETERSEN, 1987; RODRIGUES; CASAGRANDE; SANTOS, 2018), justificando a exploração do tema através de outras metodologias. Assim este trabalho tem por objetivo geral investigar a relação entre as decisões de financiamento e investimento de empresas brasileiras de capital aberto (não financeiras). Como objetivos parciais tem-se (i) avaliar a influência dos principais determinantes de estrutura de capital e (ii) avaliar a influência dos principais determinantes de investimentos.
Em geral, os trabalhos sobre estrutura de capital no Brasil tem considerado os ativos tangíveis como variável exógena em seus modelos (Correa, Basso, & Nakamura, 2013; Jucá et al., 2016), porém o acumulo de ativos tangíveis é decorrente da política investimentos, o que caracteriza um problema de endogeneidade. Pesquisadores tem enfrentado a questão em diversos temas, por exemplo, entre governança corporativa e estrutura de capital (Silveira, Perobelli, & Barros, 2008), e entre investimentos e estrutura de capital (Rodrigues et al., 2018).
A abordagem de regressão por Variáveis Instrumentais (IV) tenta solucionar problemas de endogeneidade. Através da seleção de instrumentos que sejam fortemente correlacionados com a variável independente endógena, mas fracamente correlacionada com os resíduos e a estimação por mínimos quadrados em dois estágios (2SLS) é possível obter regressandos não viesados.
A estimação do sistema de equações através de mínimos quadrados em três estágios (3SLS) sugerem que as relações entre endividamento e investimento mostraram-se estatisticamente significativas e negativas. Neste contexto, é possível inferir que empresas que investem mais são menos endividadas e que empresas mais endividadas investem menos.
Especificamente sobre a relação entre endividamento e investimento, os resultados são compatíveis com a visão que investimentos de longo prazo são iniciados em momentos de folga de financeira (menor endividamento) e preferem se manter, provavelmente para reduzir riscos, menos endividadas durante este processo.
Adam, T., & Goyal, V. K. (2008). The Investment Opportunity Set and Its Proxy Variables. Journal of Financial Research, 31(1), 41–63. Fazzari, S. M., Hubbard, R. G., & Petersen, B. (1987). Financing Constraints and Corporate Investment. Cambridge, MA. Fazzari, S. M., & Petersen, B. C. (1993). Working Capital and Fixed Investment: New Evidence on Financing Constraints. The RAND Journal of Economics, 24(3), 328. Lang, L., Ofek, E., & Stulz, R. (1996). Leverage, investment, and firm growth. Journal of Financial Economics, 40(1), 3–29.