Resumo

Título do Artigo

Práticas coprodutivas em cidades criativas para a inovação no setor público: evidências e lições
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Palavras Chave

coprodução de serviços públicos
cidades criativas
inovação no setor público

Área

Administração Pública

Tema

Gestão e Inovação em Políticas Públicas

Autores

Nome
1 - Thiago Chagas de Almeida
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Programa de Pós-Graduação em Administração
2 - MAGNUS LUIZ EMMENDOERFER
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Administração

Reumo

Dados os novos moldes da administração pública, em que se tem uma gestão mais horizontal e aberta à participação social, a construção dos serviços públicos estaria passando por um processo de transformação. Diante disso, a coprodução se revela como uma abordagem teórica que reflete tal cenário, por entender que o cidadão também atua nesses serviços (VERSCHUERE; BRANDSEN; PESTOFF, 2012).
Por interagir diferentes atores e favorecer a cocriação de ideias, a coprodução é tida como uma prática que pode levar à inovação. Contudo, para a inovação ocorrer mais continuamente, é necessário um ambiente que a propicie. Nesse sentido, as cidades criativas podem ser consideradas como locais que mobilizam sua geração, por se proporem a estimular uma cultura de criatividade pela participação de diferentes stakeholders (LANDRY, 2008). Dessa forma, este artigo analisou a manifestação da coprodução nessas cidades e suas influências no processo de inovação do setor público.
Verschuere, Brandsen e Pestoff (2012) indicam que a coprodução entende que os cidadãos também influenciam nos serviços públicos, acreditando que esses serviços são irrestritos ao Estado. Já as cidades criativas, são lugares que incorporam e estimulam uma cultura de criatividade, de maneira com que todos os atores urbanos interessados atuem (LANDRY, 2008). Por fim, a inovação no setor público é o uso de ideias novas ou incrementais que sejam eficazes e resultem em algum benefício social (MULGAN, 2007).
Os dados desta pesquisa indicaram que quatro práticas coprodutivas são realizadas, simultânea ou isoladamente, nas cidades criativas para impactar na inovação do setor público: a coanálise – diferentes atores analisam e identificam o que precisa ser inovado em cidades criativas; a cocriação – diferentes atores criam e elaboram medidas inovadoras em cidades criativas; a coimplementação – diferentes atores implementam as medidas inovadoras em cidades criativas; e a coavaliação – diferentes atores avaliam as medidas inovadoras que foram ou estão sendo realizadas em cidades criativas.
Ao longo deste trabalho foi possível perceber manifestações mais específicas da coprodução de serviços públicos. Pondera-se que a presente pesquisa não indica que práticas coprodutivas são exclusivas de cidades criativas, nem mesmo que a inovação só pode ser gerada pela coprodução nesses lugares. O que esta pesquisa faz é retratar como essas práticas se apresentam ou podem ocorrer nas cidades criativas influenciando no processo de inovação.
CEPIKU, D.; GIORDANO, F. Co-Production in Developing Countries: Insights from the community health workers experience. Public Management Review, v. 16, n. 3, p. 317–340, 2014. LANDRY, C. The Creative City: A Toolkit for Urban Innovators. Abingdon, UK: Routledge, 2008. MULGAN, G. Ready or not? Taking innovation in the public sector seriously. London, UK: Nesta, 2007. VERSCHUERE, B.; BRANDSEN, T.; PESTOFF, V. Co-production: The State of the Art in Research and the Future Agenda. Voluntas, v. 23, n. 4, p. 1083–1101, 2012.