1 - Eliane Pereira de Moraes UNIVERSIDADE DE CUIABÁ (UNIC / PITÁGORAS) - Beira Rio
2 - Elisandra Marisa Zambra UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO (UFMT) - Faculdade de Administração e C. Contábeis
Reumo
A Economia Criativa (EC) abrange empreendimentos de pelo menos 15 segmentos distintos (HOWKINS, 2013). Em 2019, houve a participação de 50% de mulheres brasileiras em posições de liderança neste setor (BRITISH COUNCIL, 2020). A EC posiciona-se como um campo estratégico alinhado às metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente no que se refere ao alcance da equidade de gênero e empoderamento de mulheres (ONU, 2015). Em Mato Grosso, o Programa Mato Grosso Criativo, instituído em 2015, teve o intuito de ampliar oportunidades de negócios e desenvolver a EC no Estado.
Apesar das evidências quantitativas otimistas, a realidade vivida pelas mulheres, empreendedoras ou não, em nível global ou local, ainda é bastante desigual. Sob o enfoque teórico-empírico, o presente estudo buscou investigar: quais os principais desafios enfrentados por mulheres empreendedoras da Economia Criativa de Mato Grosso? Com intuito de discutir uma importante temática associada à inovação e aos ODS, o estudo teve como objetivo geral ‘evidenciar os principais desafios e possibilidades associados à participação das mulheres na Economia Criativa de Mato Grosso’.
Neste item estão dispostos conceitos associados à Economia Criativa e empreendedorismo (SILVA, 2018; HOWKINS, 2013; SCHUMPETER, 1997; DOLABELA, 2008). Em seguida aborda-se o papel das políticas públicas no desenvolvimento da Economia Criativa nacional e local (SILVA, 2018; PACHECO, 2019; MAZZUCATO, 2014; BRASIL, 2011; MATO GROSSO CRIATIVO, 2015). Em seguida discute-se a relação entre a Participação das Mulheres na Economia Criativa e o quinto ODS (OLIVEIRA et al, 2018; SEN, 2010; ONU, 2015) .
O estudo é de natureza qualitativa, de cunho exploratório e descritivo. Realizou-se levantamento bibliográfico, documental e entrevistas em profundidade com apoio de roteiros do tipo semiestruturado (GIL, 2019). Para estabelecer o universo e a amostra, utilizou-se como base o Edital de Seleção Pública Nº 07/2020/SECEL/MT de 29 de outubro de 2020. A seleção da amostra deu-se de modo intencional. Aos resultados das entrevistas, aplicou-se a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 1977) que contou com o estabelecimento prévio de categorias (tipo grade fechada).
Analisou-se o perfil das empreendedoras entrevistadas bem como as características de seus negócios criativos. Na sequência, são apresentados destaques/trechos importantes das falas das entrevistadas, onde procurou-se discutir suas percepções com base na literatura. Em seguida, apresenta-se um Quadro com os desafios e possibilidades associados à participação das mulheres na EC local e às questões ligadas à tecnologia, equidade de gênero, políticas públicas e sustentabilidade. Algumas evidências importantes são levantadas ao final das análises.
Conclui-se que a EC se mostra como um movimento de força relacionado às questões econômicas, sociais e ambientais para a região, onde a participação feminina busca por visibilidade, favorecendo a diversidade dos negócios inovadores e a busca de novas tecnologias, produtos e serviços de valor para o mercado de consumo local. Reforça-se que, ao se posicionarem em cargos de liderança na EC, as mulheres podem impactar na geração de renda, emprego e melhoria da qualidade de vida em suas comunidades.
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa. Edições 70, 1977.
GIL, Antônio, Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo. Atlas, 2019.
HOWKINS, John. Economia criativa: como ganhar dinheiro com ideias criativas. São Paulo. M. Books do Brasil Editora Ltda, 2013.
SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo. Companhia das Letras, 2010.
SILVA, Floriano, Barbosa. Economia Criativa: raízes históricas no pensamento e ação de Celso Furtado. 110 f. 2018. Tese de Doutorado- Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Educação, Salvador, 2018.