Resumo

Título do Artigo

PRÁTICAS INTERGERACIONAIS, CIDADES E (PÓS-)PANDEMIA: Identificando temas emergentes para o campo das políticas públicas
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Palavras Chave

Intergeracionalidade
Cidades
Políticas públicas

Área

Administração Pública

Tema

Gestão e Inovação em Políticas Públicas

Autores

Nome
1 - Gislaine Xavier da Silva Assis
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO (UPE) - Caruaru
2 - Adriana Tenório Cordeiro
UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO (UPE) - Campus Caruaru

Reumo

É possível reconhecermos uma problemática ligada à distância social e espacial que separa gerações mais idosas de gerações mais jovens. A segregação pela idade assume diferentes formas, extrapolando a segregação institucional para contemplar atividades cotidianas, bairros, transportes e novas tecnologias. A construção socioespacial da idade, estereótipos de gerações jovens ou idosas, e preconceitos, constituem desafio ao engajamento em ambientes intergeracionais e merece atenção da pesquisa em políticas públicas, sobretudo problematizando efeitos da pandemia sobre práticas intergeracionais.
Há lacunas de conhecimento quanto a aspectos que moldam representações e práticas intergeracionais em cidades médias, em especial quanto às características de práticas intergeracionais face aos desafios trazidos pela pandemia de Covid-19. A necessidade de estudos se amplia ao consideramos a relevância de políticas orientadas ao contexto de cidades cuja realidade se distingue da dos grandes aglomerados metropolitanos. O objetivo desta pesquisa é identificar os principais aspectos que moldam representações e práticas intergeracionais no contexto de cidades médias em tempos pandêmicos.
A noção de geração posiciona temporariamente as pessoas umas em relação às outras. Relações intergeracionais são espaços onde conflitos, cooperação e mudança são desencadeados (VANDERBECK, 2007), e atividades intergeracionais trazem benefícios a ambas as gerações (MOTA; NEVES, 2018; SOUZA, 2003). Ainda há a facilitação da formulação e implementação de políticas, com uso mais eficiente de recursos; em vez de alternativas concorrentes, negociando um grupo em oposição a outro, formuladores de políticas têm uma imagem integrada, focada em conexões que se reforçam mutuamente (VAN VLIET, 2011).
Este é um estudo exploratório, qualitativo. Foi realizada pesquisa de campo com residentes de cidades médias, com aplicação de formulários semiestruturados online para identificar perfil dos participantes, hábitos e percepções quanto a espaços e atividades intergeracionais na cidade face à pandemia. A partir de amostra bola de neve, 19 participantes incluíram idosos acima de 60 anos e duas pessoas de 32 e 39 anos que residem em cidades médias: Caruaru, Garanhuns, Petrolina e Olinda. Para os dados qualitativos, a técnica de análise foi a Análise Temática (AT) para geração de mapa temático.
O mapa temático traz 04 temas: relação com a cidade na pandemia; interações sociais na pandemia; mecanismos de apoio durante a pandemia e vida pós-pandêmica. 18 subtemas: Restrições a espaços; Menor interação com espaços da cidade; Valorização de espaços da cidade; Protocolos de higiene; Alteração da rotina de trabalho; Impactos emocionais; Redução do contato social; Intensificação do uso das TICs; Mudanças em planos de viagem; Amizades; TICs; Home office; Espiritualidade; Incertezas; Retomada do cotidiano; Valor à vínculos sociais e afetivos; Valor à saúde e bem-estar; População vacinada.
Além de auxiliar a suprir lacunas de conhecimento sobre a intergeracionalidade, buscou informar o campo da gestão e políticas públicas acerca de práticas e espaços intergeracionais na cidade, e os modos como têm sido percebidos e vividos, e impactados por fatores externos, como o risco associado à pandemia. Identificamos quatros temas emergentes desse cenário pandêmico, e a relevância (social, afetiva, econômica) atrelada às novas TICs. Ainda que haja incertezas em torno de um ‘novo normal’, os vínculos sociais e afetivos passam a ser valorizados em um cenário voltado à saúde e bem-estar.
MOTA, P. C.; NEVES, R. (2018). Práticas intergeracionais e TIC: um contributo para uma revisão da literatura. Instrumento: Rev. Est. e Pesq. em Educação, 21, 1, p. 5-20. SOUZA, E. M. de (2003). Integração entre gerações na promoção da saúde: estudo qualitativo no Brasil. Rev. Saúde Pública, 37, 4, p. 463-9. VANDERBECK, R. M. (2007). Intergenerational Geographies: Age Relations, Segregation and Re-engagements. Geography Compass, 1, 2, p. 200–221. VAN VLIET, W. (2011). Intergenerational Cities: A Framework for Policies and Programs, Journal of Intergenerational Relationships, 9, 4, p. 348-365.