Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia
Autores
Nome
1 - Priscila Pereira Seabra UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas
2 - Denis Renato de Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
3 - Priscila Rezende da Costa UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA
Reumo
Considerando a dificuldade do setor privado em realizar investimentos em inovação, seja pelos altos custos de financiamento envolvidos ou pelos relacionados à complexidade e instabilidade de mercado, e o desafio do Estado para a consolidação das atividades de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e promoção do desenvolvimento, considerando a descontinuidade política e os cortes na destinação orçamentária, como está o mercado de patentes no Brasil?
Qual é o impacto dos investimentos públicos, em comparação aos investimentos privados, na relação de patentes depositadas no Brasil? Objetivou-se por esta pesquisa analisar o papel estratégico dos investimentos públicos e privados no que se refere ao número de pedidos de patentes depositadas no INPI no período de 2015 a 2020, de modo a verificar sua influência no desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil e os benefícios gerados à sociedade.
Considerando que a intensificação dos investimentos nas atividades de inovação impulsiona a economia e gera empregos, criando valor econômico e social, este artigo discute o papel do Estado e da iniciativa privada como indutores de Ciência, Tecnologia e Inovação, além do papel da tríplice hélice e do empreendedorismo universitário.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva que se utilizou da coleta de dados secundários a partir de pesquisas em banco de dados e indicadores disponibilizados pelo MCTIC, IBGE e Sebrae e em relatórios anuais de órgãos, como o INPI, Embrapi, Finep, Capes, CNPq e BNDES.
Como resultados destaca-se que ambos os setores estudados, o público e o privado, têm papeis relevantes no fomento da CT&I no Brasil. Cada um com seus interesses e objetivos, atuam em congruência para que a economia nacional continue crescendo, gerando renda, empregos, bem-estar social e independência tecnológica. Entretanto, inovar no Brasil demanda altos custos e os riscos de fracasso são, por vezes, imprevisíveis e fornecem obstáculos as desenvolvimento de atividades inovadoras por parte das empresas. Além desses obstáculos, a crise econômica em 2014-2017 exigiu medidas econômicas drásticas
Ao direcionar o estudo para as inovações caracterizadas como possíveis patentes, embora a conjuntura também tenha refletido numa queda no número de pedidos de patentes, houve o destaque do setor público em número de depósitos de patentes de invenção, que pôde ser justificada devido aos investimentos direcionados às Universidades/ICTs, no incentivo aos profissionais a uma formação de qualidade, equipando espaços e fomentando à pesquisa científica, levando à geração de conhecimento e novas descobertas.
ETZKOWITZ, H.; ZHOU, C. Hélice Tríplice: a inovação e empreendedorismo universidade-indústria-governo. Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 31, n. 90, p. 23-48, maio/ago. 2017.
GONÇALVES, B. S.; SANTANA, J. R. de.; RAPINI, M. S. O coeficiente de estabilidade dos investimentos públicos em Ciência, Tecnologia e Inovação para os estados brasileiros. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, Taubaté, v. 15, n. 7, p. 58-71, dez. 2019.