Resumo

Título do Artigo

Contra Crises – Colaboração, Intermediação e Bricolagem Social
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Palavras Chave

colaboração
intermediação
bricolagem social

Área

Empreendedorismo

Tema

Empreendedorismo Social

Autores

Nome
1 - Edmilson de Oliveira Lima
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA
2 - Reed Elliot Nelson
Fundacao Dom Cabral - Mestrado Profissional
3 - Antonio Donizete Ferreira da Silva
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA - Barra Funda
4 - Fabiano Serra Borsatto
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA - Doutorado Acadêmico

Reumo

O artigo ataca a necessidade de pesquisa sobre a interseção dos campos do empreendedorismo e da teoria dos stakeholders. Foca em três práticas no centro dessa necessidade: colaboração com stakeholders, a intermediação que a facilita e a bricolagem social com a qual se associa no enfrentamento de crises. O estudo é qualitativo e aborda em detalhe dois casos, de enfrentamento das crises da covid-19 e de um desastre natural em comunidades carentes. Dentre os resultados e contribuições, cinco proposições conceituais de relevante implicação prática são apresentadas para estudos futuros.
A bricolagem social, contando com a colaboração de stakeholders oferece certa autonomia e resiliência, com caminhos para superação de restrições de recursos, inclusive em crises (Nelson et al., 2020). Dito isso, o presente artigo se aplica a responder a seguinte pergunta de pesquisa: como ocorre e varia a colaboração com stakeholders no processo de bricolagem social enfrentando diferentes crises? Diante disso, objetiva-se comparar como ocorre e varia a colaboração com stakeholders nas duas organizações sociais, principalmente nas fases iniciais, e mais críticas, de resposta a essas crises.
A “colaboração ocorre quando um grupo de stakeholders autônomos de um domínio de problema se engaja em um processo interativo, usando regras, normas e estruturas, para agir ou decidir sobre questões relativas a esse domínio” (Wood et al., 1991, p. 146). A compreensão do que é a bricolagem empreendedora é sintetizada em “virar-se para resolver algo usando o que se tem em mãos” para “virar-se com o que se tem aplicando novas combinações dos recursos em mãos a novos problemas e novas oportunidades” (Baker et al., 2005). A bricolagem social é um conceito de Di Domenico et al. (2010).
A pesquisa foi qualitativa e de estudo multicascos, guiada por um quadro teórico preliminar e com emprego de análise de templates alternados. Essa técnica compara dados primários e secundários com conceitos e relações conceituais derivados da literatura para verificação de correspondências. A técnica auxiliou na criação dos artefatos de análise, um deles é o quadro de evidências. Além do uso de entrevistas semi-estruturadas com atores-chave de resposta às duas crises e para análise complementar (e triangulação), usou-se documentos, dados disponíveis em papel, vídeo e arquivos de computador.
A intermediação mostrou-se importante para a colaboração “bola de neve”, dado que esta conta com stakeholders colaboradores intermediando na inclusão de mais stakeholders na rede. A intermediação é facilitadora da colaboração com stakeholders e da bricolagem social, sendo importante no enfrentamento de crises. As sociedades e organizações continuarão enfrentando crises, por isso, acreditamos que possam considerar estas contribuições para refletir e desenvolver ideias para novas pesquisas, assim como melhores políticas públicas para o enfrentamento de crises por empreendedores em colaboração.
Os casos estudados reforçam a compreensão de que a colaboração com stakeholders é portadora de mais recursos e maior capacidade de ação e resposta para o empreendedorismo e a bricolagem sociais enfrentando crises. A colaboração confere mais discrição aos empreendedores e sua organização para decidirem e agirem em relação aos stakeholders, principalmente associada à bricolagem social. Este é um modo de superação de condições restritivas e oferece mais recurso e capacidade de ação aos empreendedores, destacando a relevância de sua mobilização ao longo do tempo, nas fases de resposta às crises.
Baker, T., & Nelson, R. E. (2005). Creating something from nothing: Resource construction through entrepreneurial bricolage. Administrative science quarterly. Di Domenico, M., Haugh, H, & Tracey, P. (2010). Social bricolage: Theorizing social value creation in social enterprises. Entrepreneurship: Theory and Practice. Nelson, R., & Lima, E. (2020). Effectuations, social bricolage and causation in the response to a natural disaster. Small Business Economics. Stovel, K., Golub, B., & Milgrom, E. M. (2011). Stabilizing brokerage. Proceedings of the National Academy of Sciences