Resumo

Título do Artigo

GESTÃO DE RISCOS CORPORATIVOS: ESTUDO DE CASO DO ITAÚ UNIBANCO S.A.
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Palavras Chave

Gestão de riscos corporativos
Maturidade da gestão de riscos corporativos
Instituições Financeiras

Área

Finanças

Tema

Governança Corporativa, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Mickaelle Caldeira da Silva
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, FEA-RP/USP
2 - Camila Cunha Cardoso
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo
3 - Andrei Carlos Torresani Paza
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP)
4 - Jefferson Luiz Bution
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo
5 - Fábio Lotti Oliva
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração

Reumo

O ambiente altamente regulamentado das instituições financeiras demanda que suas organizações tenham uma estrutura de controle de riscos robusta, uma vez que o tratamento preventivo do risco pode evitar ou mitigar riscos operacionais, financeiros e de imagem (COSO, 2017). Além disso, há uma preocupação por parte destas organizações em expor aos agentes internos e externos uma estrutura sólida em gestão de riscos corporativos (GRC), alinhada a sua estratégia de negócios e além de suas fronteiras, a fim de transmitir maior segurança e confiabilidade de seus negócios.
Apesar da importância da gestão de riscos no ambiente externo à organização, são escassos os modelos científicos que propõem este tipo de análise e que ilustram suas aplicações em casos reais. É notável também a dificuldade dos gestores em encontrar modelos aplicáveis para avaliar o nível de maturidade em GRC de suas organizações. Este artigo objetiva ilustrar a aplicação de dois modelos, um de identificação de riscos e outro de maturidade, por meio de um estudo de caso representativo que possui alto nível em GRC e que considera os agentes externos na análise de riscos, o Itaú Unibanco S.A.
Apoiado em elementos teóricos da Nova Economia Institucional (Richter, 2015) e da Cadeia de Valor (Finch, 2004), Oliva (2016) propõe o modelo de análise de risco no ambiente de negócios das empresas, através de uma pesquisa quantitativa com 243 das maiores empresas brasileiras, cujos resultados indicaram quatro fatores de avaliação: organização, tecnicidade, transparência e envolvimento. A partir destes fatores, concluiu ser possível caracterizar as empresas em cinco níveis de maturidade em GRC: insuficiente, contingencial, estruturado, participativo e sistêmico.
Esta pesquisa empregou o método do estudo de caso. A coleta dos dados foi realizada por meio da análise documental das informações públicas divulgadas pelo Itaú Unibanco e por outras organizações do setor. A análise seguiu as etapas de condensação dos dados, visualização, elaboração e verificação de conclusões (Miles, Huberman, & Saldaña, 2014), possibilitando a identificação dos agentes, riscos e práticas envolvidas na gestão de riscos do caso estudado, assim como a classificação das práticas de acordo com os quatro fatores de Oliva (2016) para avaliação do seu nível de maturidade em GRC.
Os resultados identificaram os principais agentes do ambiente de valor do Itaú Unibanco (clientes, fornecedores, concorrentes, sociedade e governo) e os riscos das relações com estes agentes, com destaque para os riscos de imagem, financeiros e burocráticos. A partir da análise das práticas de GRC de acordo com o modelo de Oliva (2016), constatou-se que o Itaú Unibanco está no maior nível de maturidade (Nível 5), devido aos quatro fatores, organização, tecnicidade, transparência e envolvimento, apresentarem resultados semelhantes, demostrando comprometimento e solidez em todos os aspectos.
Conclui-se que o modelo proposto por Oliva (2016) é adequado para avaliação do risco empresarial no ambiente de negócios bancário e para avaliação do nível de maturidade do gerenciamento de riscos corporativos de uma grande instituição financeira de capital aberto. O modelo reforçou a estrutura robusta de gerenciamento de riscos da organização, com ênfase no aculturamento de riscos que é fortemente trabalho por ela. No entanto, constatou-se que o contexto regulatório impacta negativamente a tempestividade da resposta às oportunidades relacionadas às mudanças no ambiente de negócios.
COSO. (2017). Enterprise Risk Management: Integrating with Strategy and Performance. Finch, Peter. (2004). Supply chain risk management. Supply Chain Management: An International Journal, 9(2), 183-196. Miles, M. B., Huberman, A. M., & Saldaña, J. (2014). Qualitative data analysis: a methods sourcebook. Thousand Oaks: SAGE Publications, Ltd. Oliva, F. L. (2016). A maturity model for enterprise risk management. International Journal of Production Economics, 173, 66–79. Richter, R. (2015). Essays on new institutional economics. Essays on New Institutional Economics.