Resumo

O termo ‘capital social’ surgiu em estudos comunitários, focando o desenvolvimento e sobrevivência de bairros em um estudo realizado em cidades norte americanas (Jacobs, 1961). A amplitude do conceito reflete uma característica importante da vida social, em que um tipo de laço social pode ser utilizado para fins diversos. Essa característica é definida por Coleman (1988) como “apropriabilidade”. A rede de relacionamentos no mundo organizacional se torna um produto e exige estratégias de investimentos a fim de estabelecer relações sociais valorosas para a empresa (Bourdieu, 1986).

Entende-se que o conceito de capital social seja cada vez mais relevante para as organizações no contexto atual de formação de redes de desenvolvimento de negócios, que tragam aos participantes da rede agregações de valores que lhes permitam atingir diferenciais competitivos. É sob o contexto de identificação do potencial de utilização do desse conceito, no sentido de contribuir para o atingimento dos diferenciais competitivos das organizações que este estudo é desenvolvido. Seu objetivo é apresentar uma revisão sistemática da literatura sobre o tema desde o ano de 1988 até o ano de 2020.

Coleman (1998) analisa que para a compreensão do conceito de capital social é necessário incorporar a discussão sobre obrigações, expectativas, credibilidade e confiança. Além disso, canais de informação, normas e sanções no contexto do conjunto de atores envolvidos. Nahapiet e Ghoshal (1998) abrangem o conceito de capital social e sua inter-relação com o capital intelectual, abrindo-o em três vertentes e analisam como as organizações desenvolvem as relações por meio de cada frente proposta garantindo vantagem organizacional. Assim analisa-se o conceito de capital social por diversos autores.

O estudo evidencia que o crescimento das pesquisas relacionadas ao termo capital social nos últimos dez anos é exponencial, onde os autores mais citados são Coleman (1988) e Nahapiet e Goshal (1998) e a coautoria entre autores não é comum. As palavras chaves mais utilizadas são Social Capital e Network e o periódico que mais publicou sobre o tema foi o Social Indicators Research. O estudo também possibilitou perceber quatro formas de aplicação do capital social nas organizações: redes onlines, práticas inovadoras sustentáveis, acesso a financiamentos e processos de recrutamento e seleção.

A análise realizada por meio dessa pesquisa respondeu à pergunta de pesquisa sobre a revisão sistemática do capital social. Foi possível identificar, através da metodologia aplicada, que a pesquisa referente ao tema vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, abrindo oportunidades de maior abrangência do tema para próximos pesquisadores.

Bourdieu, P. (1986). As formas de capital, Handbook of Theory and Research for the Sociology of Education (p. 241–258). J. Richardson. Coleman, J. (1988). Social capital in the creation of human capital. American Journal of Sociology, 94,95–120. Eck, N. J. van, & Waltman, L. (2019). Manual for VOSviewer version 1.6.13. Uninversiteit Leiden, CWTS Meaningful Metrics, January, 1–53. https://www.vosviewer.com/documentation/Manual_VOSviewer_1.6.13.pdf Nahapiet, J., & Ghoshal, S. (1998). Social capital, intellectual capital, and the organizational advantage. Knowledge and Social Capital, 23(2),119–1