Resumo

Título do Artigo

Rasgando o Véu das Hegemonias: Contabilidade como Instrumento Emancipatório de Mulheres Empreendedoras na Amazônia
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Palavras Chave

Empreendedorismo Feminino
Hegemonias
Contabilidade Emancipatória

Área

Empreendedorismo

Tema

Empreendedorismo Social

Autores

Nome
1 - Juliene do Socorro e Silva Pereira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Belém
2 - Aleff dos Santos Santana
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP)
3 - ADRIANA RODRIGUES SILVA
Instituto Politécnico de Santarém - Escola Superior de Gestão e Tecnologia

Reumo

Ao relacionar a contabilidade como ferramenta de emancipação para mulheres empreendedoras, sabe-se que esta ciência estuda minorias em um ambiente social (Gallhofer & Haslam, 2017). Visto que hegemonias, dupla jornada de trabalho e a prática preconceituosa continuam fortalecendo barreiras em desfavor das mulheres (Bruschini & Lombardi, 2002), a contabilidade pode ser capaz de mostrar à sociedade um novo olhar social, possibilitando a liberdade, oportunidade, dentre outros fatores (Haslam, 2016).
No sentido de preencher a lacuna existente na literatura, este trabalho tem como objetivo examinar se o poder emancipatório da contabilidade possibilita rupturas de hegemonias no contexto de mulheres empreendedoras na Amazônia.
Este estudo se fundamenta na literatura de empreenderismo feminino, mostrando como as mulheres vêm constituídos seus próprios negócios em busca da sua independência financeira. Além disso, aplica-se os estudos das hegemonias e da contabilidade emancipatória, discutido como a ciência contábil pode romper com tradições e culturas que afetam negativamente grupos minoritários, neste caso, as mulheres empreendedoras na região Amazônica do Brasil.
Para atender o objetivo proposto neste estudo, adota-se a abordagem qualitativa de pesquisa, aplicando, para tanto, o método do relato oral - subclassificação “depoimento pessoal”. A pesquisa contou a participação de quatro empreendedoras com formação em ciências contábeis. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas. Para escolher a fundamentação do estudo, examinar os dados e discutir os resultados, usou-se a técnica de análise de conteúdo.
Os resultados evidenciam que as empreendedoras participantes do estudo, antes da atuação profissional no empreendedorismo e da formação em contabilidade, passaram por desafios pessoais e profissionais de preconceito, desvalorização, descrédito de capacidade e, inclusive, assédio. Entretanto, esse ambiente foi impactado pelo poder emancipatório proporcionado pela contabilidade. Assim, existem indícios que o poder emancipatório da contabilidade pode proporcionar rompimento com hegemonias socialmente produzidas, viabilizando a independência pessoal, profissional e financeira do público feminino.
O empreendedorismo feminino desempenha uma função essencial no processo emancipatório das mulheres empreenderas da Amazônia. Porém, as participantes deste estudo enfatizaram e atribuíram à contabilidade o motivo da melhoria das suas condições de vida pessoal e profissional e, sobretudo, da aquisição da independência financeira. Logo, pode-se verificar que a ciência contábil propicia, através de seu poder emancipatório, o rompimento de hegemonias socialmente construídas, por exemplo, como a ideia estimulada na Amazônia de que a mulher deve ser submetida às vontades do companheiro.
Bruschini, C., & Lombardi, M. R. (2002). Instruídas e trabalhadeiras Trabalho feminino no final do século XX. Cadernos Pagu, 1(1): 157-196. Gallhofer, S., & Haslam, J. (2017). Critical Theory (The Routledge Companion to Critical Accounting). Abingdon: Routledge. Haslam, J. (2016). Informings for Control and Emancipatory Interests in Accounting: New Reflections on the Intellectual Emancipation of Accounting and the Possibilities of Emancipatory Accountings. In: Haslam, J., Sikka, P. Pioneers of Critical Accounting: A Celebration of the Life of Tony Lowe, Palgrave Macmillan, pp. 143-161.