Resumo

Título do Artigo

DA FILOSOFIA DO PROCESSO ÀS INTERAÇÕES SIMBÓLICAS: uma reflexão para os estudos organizacionais
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Palavras Chave

Filosofia do processo
Interacionismo simbólico
estudos organizacionais

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades

Autores

Nome
1 - Bruno Eduardo Slongo Garcia
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Sociais Aplicadas

Reumo

A perspectiva processual é a dinâmica caracterizada pelo tornar-se (becoming), a qual modifica a maneira como conceituamos, interpretamos e analisamos as organizações (Matitz & Chaerki, 2018). Com base no pensamento do fluxo constante, Mead (1932) explica o surgimento do indivíduo como um processo social complexo que mutuamente interage com outros indivíduos, organizações e ambientes, denominado de interacionismo simbólico (IS). Os estudos organizacionais pautados no IS recebem duras críticas a respeito da enfase microsocial, contudo, a perspectiva processual é uma caminho para superá-las.
Desconsiderando a premissa do processo, os estudos não permitem compreender como as interações se desenvolvem para contextos mais amplos, como é possível compreender por meio de uma ontologia plana. Para tanto, a partir da aproximação dos conceitos da perspectiva processual para o interacionismo simbólico, este estudo tem como objetivo propor as interações simbólicas como um processo em múltiplos níveis de análise nos estudos organizacionais
O panorama atual do interacionismo simbólico em estudos organizacionais analisa fenômenos associados às interações nas organizações, como mudanças em práticas e a construção de cultura. Pesquisas recentes, como por exemplo, as propostas por Schwalbe, McTague e Parrotta (2016) discutem a perspectiva teórica como base para construção social da realidade nas organizações. a partir das colocações que aproximam a perspectiva processual do interacionismo, compreendemos que os estudos não têm percebido o interacionismo simbólico como um processo, mas com uma abordagem linear ou cíclica.
A reflexão aqui exposta, contribui para compreensão da realidade construída pelas interações como processo. Com base na abordagem processual, é evidenciado o tornar-se em que as interações estão submetidas, captadas somente pela sensibilidade do processo. Portanto, quando Scott e Davis (2007) descrevem as organizações como complexas e em movimento, no interacionismo compreendemos que este movimento é perpétuo, pois as interações como processo, permeiam o que chamamos neste estudo de fluidez em múltiplos níveis, o indivíduo (intraindividual), grupo (interindividual) e organização (social).
Diante do nosso argumento das interações como processo, os estudos pautados na filosofia do processo podem encontrar nos eventos um caminho metodológico para estudar sob esta perspectiva. Contudo, um fenômeno processual em múltiplos níveis de análise requer uma ontologia plana, ou seja, uma flat ontology (Langley & Tsoukas, 2017). A ontologia plana é discutida em outras abordagens como as práticas sociais (Schatzki, 2001), as distinções de micro ou macro são diferenciadas por níveis de complexidade, para tanto, não são priorizadas hierarquias na compreensão dos níveis de análise.
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