Resumo

Título do Artigo

UBERIZAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR: UMA ANÁLISE SOB O OLHAR DA TEORIA CRÍTICA
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Uberização
Teoria crítica
Docência em ensino superior

Área

Tecnologia da Informação

Tema

Transformação Digital e Novos Negócios Digitais

Autores

Nome
1 - FILIPE VALENCA E SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - São Cristóvão
2 - Thiago Valença e Silva
Universidade de Lisboa - Instituto de Geografia e Ordenamento do Território
3 - Florence Cavalcanti Heber Pedreira de Freitas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - PROGRAMA DE POS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Reumo

A chamada economia de compartilhamento, também conhecida como economia colaborativa, oferece ambiente para o alcance do sentido do trabalho pressuposto por Vieira Pinto (1979) e Vieira e Caldas (2006). Desenvolvida inicialmente como projetos antimercantis, estimulando iniciativas socialmente compartilhadas sem fins econômicos, é utilizada na geração e reprodução de mercados por meio da expropriação, concentração de recursos sociais e extração de mais-valor (FONTES, 2017). Diversas são as plataformas digitais que atuam sob essa lógica, alcançando a docência de ensino superior (FLEMING, 2017).
Em face do exposto, o presente estudo busca, por meio de uma revisão de conceitos relacionados à Teoria Crítica - emancipação e liberdade versus uberização e controle por programação, compreender o fenômeno da uberização do ensino superior no Brasil. Espera-se, dessa maneira, estimular o debate sobre a apropriação do conceito de economia de compartilhamento e os mecanismos de controle utilizados por essa modalidade de trabalho, sobretudo em meio ao processo de precarização da atividade docente.
Foram analisados aspectos da teoria crítica (FARIA, 2009), (FALCÃO VIEIRA; CALDAS, 2006), (AKTOUF, 1996), (SOUSA SANTOS, 2000), (GUERREIRO RAMOS, 1999); da uberização e do trabalho uberizado (FONTES, 2017), (TEBOUL, 2016), (CARELLI, 2017), (FIRMINO; EVANGELISTA, 2019), (FLEMING, 2017); e do fenômeno da uberização do ensino superior (SANTOS, 2012), (COLLINS; GLOVER; MYERS, 2020), (SILVA, 2019) e (BASÍLIO, 2017).
Apropriando-se do conceito e da lógica da economia compartilhada, verificou-se, durante o estudo, que o modelo de trabalho uberizado alcança o sistema educacional, colocando-se como representante da economia de compartilhamento para o atendimento mais eficiente e enxuto das demandas desse mercado e das necessidades de emprego e sustento por parte dos docentes. Desse modo, apresenta-se ao prestador de serviço transvestido da roupagem da tecnologia como uma oportunidade de atuar profissionalmente sob um regime de liberdade e autogerenciamento, inclusive sobre os próprios ganhos financeiros.
Em face do exposto, verifica-se que o processo de uberização do ensino superior é um exemplo do afastamento da lógica da tecnologia e da digitalização de atividades de compartilhamento de serviços à melhoria nas condições de trabalho e de utilização mais eficiente de recursos. Assim como é percebida a precarização do trabalho e individualização das relações entre empresa e trabalhador no próprio aplicativo Uber, verifica-se a lógica de maximização dos ganhos por parte de controladores de aplicativos também no campo do ensino superior.
FLEMING P. The Human Capital Hoax: Work, Debt and Insecurity in the Era of Uberization. Organization Studies. 2017;38(5):691-709. doi:10.1177/0170840616686129. FONTES, V. Capitalismo em tempos de UBERização: do emprego ao trabalho. Marx e o Marxismo. Revista do NIEP-Marx, [S.l.], v. 5, n. 8, p. p. 45-67, jul. 2017. Disponível em: http://www.niepmarx.blog.br/revistadoniep/index.php/MM/article/view/220. Acesso em: 17 jan. 2018. VIEIRA, M. M. F.; CALDAS, M. Teoria crítica e pós-modernismo: principais alternativas à hegemonia funcionalista. Revista de Administração de Empresas, v. 46, n. 1, p. 5