Resumo

Nas últimas décadas o envolvimento tem sido estudado em diferentes áreas do conhecimento, como as ciências sociais e humanas. Na psicologia social o termo foi conceituado com os trabalhos de Sherif, e de seus parceiros, a partir de 1947 e posteriormente nos estudos sobre consumo. Dimensões como centralidade, prazer, risco, importância e valor simbólico, entre outros, foram estudadas e ampliadas nos trabalhos de Laurent e Kapferer (1985), Zaichkowsky (1985) McIntyre (1989) e Kyle et al. (2007).

Este trabalho buscou investigar e consolidar, a partir dos resultados obtidos, o propósito e uso das dimensões aplicadas em estudos sobre o envolvimento em diferentes áreas do conhecimento e procurou responder à questão “Quais as dimensões, aplicadas ao estudo do construto envolvimento no contexto da administração e dos negócios, podem ser identificadas na literatura?”.

Bryan, 1977, sugere que a tendência a realização de uma atividade deve ser averiguada do ponto de vista do significado e do envolvimento do indivíduo e para Kyle et al. (2007) o envolvimento reflete o grau de dedicação de um indivíduo a uma atividade ou produto e à força da ligação cognitiva entre esse indivíduo e o objeto de estímulo (p. 399), tem foco no conceito de relevância pessoal de Celci e Olson (1988), que sugerem essa relevância pessoal quando um indivíduo percebe que se auto relaciona com uma atividade ou que esta atividade é fundamental para que se alcancem seus objetivos pessoais.

O estudo do construto envolvimento ganhou força a partir de 2015 devido ao aumento expressivo de publicações. Observou-se que há consistência com a operacionalização na área de negócios. Dimensões identificadas nos estudos de abordagem quantitativa foram indicadas de maneira explicita e compuseram as escalas adaptadas, criadas e validadas em seus contextos. Dimensões como prazer, risco e valor simbólico aparecem com ligeiro destaque e se alinham com as dimensões estudadas nos trabalhos de Laurent e Kapferer (1985), McIntyre (1989), e Kyle et al. (2006).

Identificou-se que o construto envolvimento foi estudado com destaque nas áreas de marketing e indústria. Diferentes dimensões do construto envolvimento aplicadas em áreas e a populações diversas que sugerem, compatibilidade de aplicação deste construto na administração e nos negócios, conservadas as necessidades de adequações culturais e de contexto.

Celsi, R. L., & Olson, J. C. (1988). The Role of Involvement in Attention and Comprehension Processes. Journal of Consumer Research; Kyle, G., Absher, J., Norman, W., Hammitt, W. & Jodice, L. (2007) A Modified Involvement Scale. Leisure Studies; Laurent, G. & Kapferer, J-N. (1985). Measuring Consumer Involvement Profiles. Journal of Marketing Research; McIntyre, N. (1989). The Personal Meaning of Participation: Enduring Involvement. Journal of Leisure Research; e Zaichkowsky, J. (1985). Measuring the Involvement Construct. Journal of Consumer Research.