Resumo

Esta pesquisa realizou estudo de caso na empresa HS, do segmento eletroeletrônico, de médio porte com sede localizada no município de Teresina, Piauí e oito lojas filiais. Além da revenda de alguns produtos, a empresa possui linha de montagem de eletroeletrônicos cujo processo envolve input e output e o qual apresenta potencial gerenciador de resíduos sólidos e oportunidades de melhoria dos processos de ecoeficiência. Foi realizada uma análise documental e entrevista semiestruturada com líderes dos setores com potencial geradores de resíduos, pois detectou-se presença de ações ecoeficientes.

A instituição foi escolhida devido a identificação de ações ecoeficientes relevantes para serem exploradas e facilidade de acesso à informações. Optou-se pela escolha dos setores Indústria, Assistência Técnica e Logística por trabalharem com tipos de materiais diferentes e terem relação com a cadeia de suprimentos, além de serem parâmetros para analisar como a HS desenvolve ações ecoeficientes, já que tendem a representar como ocorre nas 8 filiais. A análise detectou ações ecoeficientes e oportunidades de melhorias quanto ao princípio dos 3Rs e descarte final, bem como iniciativas sustentáveis

Os fatores mencionados constituem oportunidades para implementar a ecoeficiência: 1.Ausência de Plano de Logística 2. Identificação de redesenho de processos que contemplem os 3Rs da sustentabilidade ambiental e 3. Identificação de necessidade de destinação correta de resíduos sólidos em locais próprios para receber resíduos, pois alguns materiais excedentes são levados para uma propriedade privada de um dos proprietários e que, por isso, constitui local impróprio e com potencial risco de contaminação ambiental. Apesar do envolvimento dos líderes, ainda há conhecimento de gestão sustentável.

Para oportunidade de melhorias na ecoinovação, a intervenção realizada na HS envolveu o aprimoramento de projetos, principalmente no redesenho de processos, para que possa se atingir o ideal proposto com a ecoeficiência. Já as intervenções propostas são: i) redesenho de processos que contemplem os 3Rs, ii) instituir projetos estratégicos que viabilizem ecoeficiência, iii) redesenho contínuo de processos e iv) visar alternativas para descarte e destinação final dos materiais em locais propícios. Ao passo que institucionaliza as práticas, há maior potencial de implementar nas filiais da HS.

Conclui-se que a HS está tomando conhecimento da ecoeficiência organizacional, considerando que há ações, práticas e iniciativas mas dentro da regularidade sem grandes inovações por parte da empresa. Isto é, estas ações mais estão de acordo com a regulamentação e com as boas práticas ambientais do que de fato uma preocupação em atingir um modelo ambiental na organização. A partir do depoimento dos líderes, conclui-se que a HS continua gerando resíduos sólidos comuns enquanto poderiam ser reduzidos, reaproveitados ou reciclados. Indica que há dificuldade de reaproveitamento e manejo de resíduos

A contribuição no viés tecnológico consiste em evidenciar que as empresas podem iniciar projetos de melhoria de processos alinhando os ganhos econômicos com a sustentabilidade, implementando, assim, a ecoeficiência. Logo, a questão legal de destinação de resíduos pode ser utilizada como desencadeador para a melhoria dos processos. Embora a PNRS define que um dos objetivos consiste em reduzir resíduos e não a destinação final, a lei incentiva a responsabilidade ambiental e, com as ações ecoeficientes e com o cumprimento legal, alinha-se o desenvolvimento tecnológico com o impacto social.