Resumo

Tornou-se importante entender como todas essas mudanças frequentes e tempestivas afetam a qualidade de vida dos professores, se ocorreu nesse período de aulas remotas, imposto diante da pandemia da COVID-19 reflexo na qualidade de vida dos professores, e se, os fatores institucionais servirão de suporte para os profissionais nesse período de adaptação. Diante disso, surge a indagação para a construção do presente trabalho: Quais os fatores institucionais impactaram a qualidade de vida dos docentes de Ciências Contábeis da Universidade Federal da Paraíba durante o período de ensino remoto?

O objetivo da pesquisa consiste em analisar quais fatores institucionais impactaram a qualidade de vida dos docentes de Ciências Contábeis da Universidade Federal da Paraíba durante o período de ensino remoto. Desse modo, o trabalho contribuirá para a literatura no que concerne ao fomento à discussão sobre a satisfação no trabalho, o qual é um tema relevante para o desenvolvimento profissional em qualquer área, inclusive a educação.

A qualidade de vida voltou a ser protagonista mundial diante dos impactos da pandemia da COVID-19. Este aspecto não está relacionado apenas à produtividade econômica que o indivíduo possui, mas mostra a importância de outros fatores que contribuem para a melhoria da qualidade de vida, entre eles pode-se citar: diminuição da sobrecarga de trabalho, instabilidade no trabalho, desequilíbrio entre o trabalho do indivíduo e o desempenho familiar, salários insuficientes, treinamento, estilos de liderança e motivação intrínseca (BUELVAS; OVIEDO-TRESPALACIOS, 2013).

A população selecionada para este estudo correspondeu aos professores universitários do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal da Paraíba, dos Campi de João Pessoa e Mamanguape. Esta consistiu em 52 professores, dos quais 25 aceitaram responder o questionário e contribuir para a realização do estudo. A escolha do universo a ser estudado deu-se pelo critério de acessibilidade. No que se refere ao instrumento empregado na coleta de dados, o questionário foi elaborado a partir da dissertação de mestrado de Oliveira (2019) e na tese do autor Silva (2004) e analisado quantitativamente.

Observamos que a ausência de interação e de relacionamento interpessoal natural e físico, face a face, bem como a ação de desligar a câmera e o áudio nas videoconferências, consolida a lógica unidirecional do ensino e aumenta ainda mais a percepção dos professores de falar sozinho. Em relação aos aspectos sociais, destacam-se as incompatibilidades do home office com a vida pessoal. Assim, o distanciamento social, a transferência e adaptação do trabalho em casa, bem como a intrusão de tecnologias nos lares, têm causado um sentimento de perda da vida privada e familiar dos professores

Concluímos que dois fatores cruciais mudaram devido à pandemia. Em primeiro lugar, as adaptações pedagógicas provaram ser essenciais, uma vez que os modelos tradicionais de palestras presenciais não se traduzem em um ambiente de aprendizagem remoto. Não importa o tipo de canal usado (rádio, TV, celular, plataformas online, etc.), os professores precisam adaptar suas práticas e ser criativos para manter os alunos envolvidos, pois cada família se tornou uma sala de aula - na maioria das vezes - sem um ambiente que apoie a aprendizagem.

OLIVEIRA, L. M. de. Percepção de qualidade de vida no trabalho de professores do curso de graduação em Ciências Contábeis do estado de Minas Gerais. 2019. 1158f. Dissertação (Mestre em Controladoria e Contabilidade). Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, 2019. SHEWHART, W. A. et al. An Instrument for Measuring the Critical Factors 110 of Quality Management. Decision Sciences, v. 20, n. 4, p. 810–829, dez. 2015. SILVA, R. T. da. O teletrabalho e suas influências na qualidade de vida no trabalho. 2004, 193f. Tese (Doutorado em Administração) – Universidade de São Paulo, São Paul