1 - KLEBER AUGUSTO RIBEIRO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ (IFCE) - Gestão Desportiva e de Lazer
2 - FERNANDO FREIRE VASCONCELOS Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
3 - Hamilton Luiz Correa Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração
4 - Ary José Rocco Júnior UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Dept. Esporte
5 - Juliana Assef Pierotti PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO (PUCSP) - Monte alegre
Reumo
A satisfação dos stakeholders tem sido um construto frequentemente citado em estudos como um fator determinante para medir o desempenho organizacional no esporte (Koski, 1995; Bayle e Madella 2002; Shilbury & Moore, 2006; Balduck et al., 2009; Winand et al., 2014; Kasale et al., 2018). Segundo Winand et al (2014), na dinâmica organizacional, cada grupo de stakeholder possui sua própria percepção do que a organização deve fazer e cada um exige um grau mínimo de satisfação.
Para Papadimitriou & Taylor (2000), como a satisfação dos grupos de interesse estratégico desempenha um papel significativo para o funcionamento adequado de um ambiente organizacional esportivo e representa uma dimensão importante no desempenho organizacional.
Estudos com abordagens sistêmicas e multidimensionais como Chelladurai (1987), Koski (1995), Bayle & Madella (2002) consideraram a satisfação dos stakeholders em seus modelos, entretanto, não estabeleceram uma escala específica para medir esse construto, que segundo Winand et al. (2014) merece uma avaliação mais cuidadosa. Compreendendo a importância desses membros para as organizações esportivas associativas e sem fins lucrativos, apresenta-se a demanda por instrumento de avaliação mais adequado medição desse construto.
Segundo Polit e Beck (2006), os processos de desenvolvimento de escalas geralmente têm fornecido evidências de validade do conteúdo por calcularem índice de validade de conteúdo (CVI), usando classificações de relevância do item por especialistas. O CVI é um índice que expressa a proporção de concordância de avaliadores sobre os itens da escala. A metodologia apresentada baseou-se no esquema clássico de construção de escalas proposto por Churchill (1979), antecedido pela análise do conteúdo da entrevista realizada com especialistas.
Por fim, o processo de validação de conteúdo da escala de mensuração da satisfação organizacional de federações esportivas gerou um instrumento com 5 dimensões e 24 itens, com parâmetros satisfatórios de CVI e adequação para a realização das etapas metodológicas seguintes do processo de validação da escala. A construção inicial do instrumento gerou uma escala com 5 dimensões e um pool de 28 itens que foi submetida ao processo de validação de conteúdo por 3 juízes especialistas pelo método de CVI (Content Validation Index), fundamentado em Popham (1978), Lynn (1986), Davis (1992).
Pelo fato de as federações esportivas estaduais serem configuradas como organizações associativas sociais, sem fins lucrativos e constituídas por vários stakeholders (diretores, funcionários, voluntários, clubes, ligas, treinadores, atletas, árbitros, entre outros) é importante identificar os níveis de satisfação de cada grupo para, também, alinhar as estratégias e ações em busca do atendimento às expectativas geradas por esses stakeholders. A escala proposta pode colaborar neste sentido.