1 - Álvaro Mendes da Rocha CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade
2 - Jésus de Lisboa Gomes CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Graduação e Mestrado
3 - Jeovan de Carvalho Figueiredo UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL (UFMS) - Escola de Administração e Negócios (ESAN)
Reumo
As empresas familiares são periodicamente confrontadas ao desafio de transferir a direção e a propriedade às novas gerações (Cadieux, 2005). No mundo, esse tipo de empresa abrange 85% das companhias (Baron & Lachenauer, 2021). Conforme o país, as empresas familiares podem representar de 60% a mais de 80% das entidades ativas, sendo na forma mais frequente de controle encontrada no mundo (KPMG, 2007; INSEE, 2015). No Brasil, as empresas familiares representam mais de 80% do total de empresas ativas, respondendo por 54,5% dos empregos formais, 44,5% da massa salarial e 27% do PIB (SEBRAE, 2018).
Participaram do estudo três empresas localizadas na cidade de São Paulo, posicionadas em mercados distintos e vivenciando diferentes estágios no processo de sucessão. Na empresa A, a sucessão está concluída, nas Empresas B e C, os processos estão em estágio avançado.
A Empresa ‘A’ foi fundada em 1972 e atua no ramo automotivo. A Empresa ‘B’ foi fundada em 1986 e atua no ramo de engenharia. A Empresa C também foi fundada em 1986 e atua no ramo de comércio de bolsas e acessórios de couro.
Ao abordar a sucessão em empresas familiares, há ainda indagações sem respostas operacionais: seriam essas empresas predestinadas ao fracasso? (Baron & Lachenauer, 2021); como são conduzidos os processos de sucessão eficazes? (Cadieux, 2005; Silva et al, 2019; Sinanis et al. 2019); como os fundadores preparam seus sucessores (Machado et al., 2013) e lidam com as angústias do próprio desengajamento (Leone, 2005)? Estas dúvidas levantam uma importante questão empírica: Quais são os elementos que podem ser utilizados como uma abordagem para redução de riscos em processos sucessórios?
Foi realizada uma pesquisa qualitativa em três empresas familiares localizadas na cidade de São Paulo. As empresas que fizeram parte da pesquisa possuem mais de vinte anos no mercado, sendo que uma já concluiu o processo de sucessão e está na segunda geração. As demais empresas encontram-se em estágio avançado do primeiro processo sucessório.
A pesquisa identificou as etapas e os fatores críticos que podem apoiar a processos eficazes de sucessão em empresas familiares. Entre outros, a pesquisa traz insights sobre: desafios encontrados na condução da empresa, planejamento do processo de sucessão, desafios da sucessão, seleção dos sucessores, desengajamento do fundador e passagem do bastão, expectativas sobre o desempenho dos sucessores. As visões de sucedidos e sucessores de duas gerações são analisadas ao longo dessas dimensões.
A pesquisa identificou cinco etapas principais e um conjunto de fatores críticos que podem ser relevantes para apoiar a reflexão sobre processos sucessórios em empresas familiares. Com base na análise dos dados, apresenta um framework que traz para cada etapa os desafios e os insights da pesquisa para o aperfeiçoamento dos processos de transição.