Resumo

Após a publicação de Weick (1995), que mostrou a importância do conceito de sensemaking para o estudo das organizações, várias publicações analisaram esse conceito e apontaram contradições e lacunas na concepção do autor. Essas publicações deram origem ao critical sensemaking (CSM) que analisa uma contradição fundamental entre a base conceitual do sensemaking e uma metodologia objetivista. Essas e outras críticas são abordadas no artigo.

A questão de pesquisa que orienta este artigo é qual o estado do debate sobre o conceito de sensemaking e o conceito de critical sensemaking (CSM)? O objetivo desta revisão sistemática é analisar contradições e pontos de contato entre o conceito weickeano e o sensemaking crítico (CSM). Matias e Silva (2019) constataram que a perspectiva do sensemaking crítico ainda não tinha sido empregada em estudos no campo da administração, no Brasil.

O sensemaking organizacional é uma abordagem teórica que foi apresentada por Weick (1995) com uma base epistemológica em estudos interpretativos, na qual as construções sociais possuem um papel significativo. Para Weick (1995), o sensemaking é um processo mais abrangente do que a interpretação, além de levar em consideração a escolha ou criação de sinais que serão interpretados pelos indivíduos, de modo que em meio a um fluxo de experiências há sinais que se destacam para serem interpretados pelos sujeitos na construção de sentidos plausíveis.

A partir de uma revisão sistemática com abordagem qualitativa e do uso de softwares VOSviewer 1.6.15 e CitNetExplorer 1.0.0., para dar suporte à análise, identificou-se sete temáticas sobre o sensemaking: (i) principais ideias do sensemaking weickano; (ii) sensemaking em eventos inesperados; (iii) sensemaking na mudança organizacional; (iv) sensemaking na temporalidade; (v) sensemaking e linguagem; (vi) sensemaking e interações sociais; e (vii) sensemaking crítico. Cada um desses temas são analisados nesta pesquisa.

Esta revisão evidencia as contradições e os pontos de contato entre as pesquisas sobre sensemaking weickeano e o sensemaking crítico (CSM), em uma agenda de pesquisa que contempla seis linhas de pesquisa sobre ambos os conceitos: aspectos ontológicos, aspectos epistemológicos, aspectos metodológicos, sensemaking e o papel dos gestores, sensemaking e a concepção das organizações e temas gerais que emergiram na pesquisa.

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