Resumo

Título do Artigo

O Uso dos Cinco Sentidos de Gerentes no Cotidiano da Prática da Gestão Hoteleira
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Palavras Chave

Prática da Gestão Hoteleira
Estética Organizacional
Conhecimento Sensível

Área

Turismo e Hospitalidade

Tema

Dimensões e Contextos do Turismo e da Hospitalidade

Autores

Nome
1 - Jammilly Mikaela Fagundes Brandão
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA DE BRASILIA (IFB) - Campus Riacho Fundo
2 - Anielson Barbosa da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Departamento de Administração

Reumo

É possível observar uma estreita conexão entre conhecer e aprender na prática e a estética (Strati, 2007b), presente nas experiências sensoriais e emocionais dos gerentes no contexto da gestão hoteleira. Assim, assume-se neste estudo que assim como a aprendizagem acontece na prática (Gherardi, 2014; Bispo, 2015), o desenvolvimento de conhecimento sensível está vinculado aos elementos estéticos, que só podem ser sentidos, percebidos e julgados pelo sistema sensorial (audição, visão, toque, olfato e paladar) e pelo juízo estético (Strati, 2007a) no cotidiano da prática gerencial hoteleira.
Considerando a forte presença de elementos subjetivos inerentes à prática de gestão hoteleira, assim como a importância da aprendizagem situada gerada nas práticas organizacionais por meio da socialização no cotidiano organizacional (Strati, 2010; 2007a; 2007b), este artigo objetiva caracterizar a utilização dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) no cotidiano da prática gerencial hoteleira.
A ação cotidiana de um gerente envolve uma constante interação com pessoas e elementos não humanos (objetos, artefatos) que compõem os espaços organizacionais (Strati, 2010; 2007b). Logo, as práticas gerenciais não são desenvolvidas apenas em um processo lógico e estruturado, mas envolvem também comportamentos e relações (Silva, 2009), percepções e sensações (Basso & Pauli; Bressan, 2014; Mack, 2015), e emoções (Aranguren, 2017; Arar, 2017; Santin& Kelly, 2017). O gerente aprende por meio das experiências e vivências no contexto da ação, e isso corrobora para o desenvolvimento do saber agir.
O método fenomenológico foi adotado na pesquisa para compreender a prática gerencial. O contexto é uma organização hoteleira pertencente a uma rede hoteleira internacional. Os sujeitos da pesquisa foram oito gerentes. Para a operacionalização da pesquisa, utilizou-se o Protocolo de Percepção das Práticas Gerenciais (PPPG), de elaboração própria, desenvolvido à luz da fenomenologia da prática e da técnica do shadowing, que consiste em 3 fases: a) preparação para entrada no campo; b) registro das observações e conversas informais e entrevistas e; c) descrição do material empírico.
Na perspectiva da gestão hoteleira como prática, a ação gerencial está intimamente associada à percepção sensorial e ao juízo estético dos gerentes. No cotidiano organizacional, os gerentes percebem (por meio da visão, da audição, do olfato, do paladar e do tato) e, por meio do julgamento estético dessas percepções, planejam, organizam, controlam, supervisionam, coordenam e lideram, ou seja, realizam a prática gerencial (Strati, 2007). Nesse sentido, entende-se que, sem percepção sensorial e sem julgamento estético, não há prática gerencial em um hotel.
A gestão hoteleira como prática é desenvolvida a partir das experiências sensoriais dos atores organizacionais, em suas interações com elementos humanos e não humanos. Nesse sentido, pôde-se concluir que, sob a perspectiva da gestão hoteleira como prática, a ação gerencial acontece mediante o uso constante dos órgãos dos sentidos: olhos, nariz, ouvido, boca e pele, utilizados pelos gerentes como base para suas decisões. Os gerentes hoteleiros devem perceber a relevância dos aspectos estéticos, sensíveis e tácitos presentes no dia a dia de um hotel.
Carvalho, N. L. N., Silva, A. B., & Zago, C. C. (2011). Fatores de influência no desenvolvimento de competências gerenciais em hotéis e pousadas. Turismo-Visão e Ação, 13(2), 201-219. Gherardi, S. (2013). Prática? É uma Questão de Gosto! Revista Interdisciplinar de Gestão Social, v.2, n.1, p. 107-124. Soares, L. C.; Bispo, M. S A. (2014). Contribuições da estética organizacional para a pesquisa em organizações gastronômicas. Revista Brasileira de Pesquisa em Turismo, v. 8, n. 3, p. 476-493. Strati, A. (2007). Sensible knowledge and practice-based learning. Management Learning, v. 38, n. 1.