Resumo

No Brasil, a educação executiva tem sido o ponto chave para o aprimoramento dos profissionais em cargo de liderança. Diante das diversas instituições de ensino, formatos de cursos, projetos pedagógicos e metodologias, o desafio tem sido a escolha do curso mais adequado ao perfil do profissional, levando-se em conta suas experiências profissionais, seu momento de carreira e a necessidade da empresa da qual ele faça ou queira fazer parte. Entender quais os critérios de escolha para esta formação é fator importante tanto para o profissional, quanto para a instituição de ensino.

O objetivo foi identificar as variáveis de escolha para a educação executiva, modalidade MBA, por parte dos profissionais de cargos de liderança, visando o custo-benefício e os resultados obtidos. Conhecer estes fatores de escolha é importante tanto para a instituição de ensino, visto que precisa conhecer melhor o seu público-alvo, a fim de melhorar seus currículos e ofertas de cursos, quanto para a empresa, pois gerenciam políticas de incentivo educacional e são impactadas diretamente pelo desempenho de seus gestores e para o próprio aluno.

Para entender o que o candidato leva em consideração para escolher o seu MBA, este artigo procurou conhecer quais são os motivadores para a busca do curso. Um ponto de partida foi o de entender os estímulos oriundos de expectativas e percepções dos profissionais sobre o impacto que o curso escolhido fará em sua trajetória profissional. Da Silva e Schmidt (2006) explicam que há percepção positiva por parte de ex-alunos que fizeram MBA e que a qualificação profissional por meio da educação executiva é alternativa bastante considerada por profissionais que buscam formação gerencial.

Realizou-se um estudo por meio da Survey, com abordagem quantitativa, de natureza aplicada, descritiva. A amostra foi de alunos e ex-alunos de diversos MBAs, identificando pontos importantes sobre razões de escolha, expectativas de realização de curso e a percepção de ganho ao ter feito o curso. O instrumento de pesquisa contou com 18 questões fechadas e abertas. O questionário foi enviado eletronicamente, com link para página Google Forms. Dos 2.560 questionários enviados, se alcançou 146 questionários respondidos. Os questionários foram preenchidos no intervalo entre maio e junho de 2020.

Constatou-se que o desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais, além de aumento do nível de empregabilidade, foram os critérios que os respondentes mais esperam do curso. Esses critérios possuem caráter subjetivo e no geral são as lacunas entre as competências de profissionais que tiveram uma formação mais analítica e que buscam cargos de alta gerência. Ao aliarem as competências técnicas e comportamentais entendem que se tornarão mais atrativos para o seu empregador ou para o mercado, como profissionais com carreira executiva ou empreendedores.

O profissional busca instituições com reconhecimento acadêmico e corporativo, o investimento significativo no MBA já é esperado, o que acaba por limitar o público. Porém, algum desconto sobre o investimento poderá ser decisivo na escolha. Os respondentes mostraram que a empresa pode influenciar de outras formas, seja na expectativa de ter um profissional constantemente atualizado ou que ele seja protagonista na gestão de sua carreira, ou ainda por meio de incentivo educacional, à medida que patrocina o curso e ele sinta a responsabilidade de acertar na escolha do curso e instituição.

CRUZ, J. F. P. Percepção dos alunos sobre o impacto de curto prazo dos cursos de MBA em suas carreiras. São Paulo, 2013. 100 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Administração). Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas. DA SILVA, P. T. G.; SCHMIDT, A. MBA – O que alunos e ex-alunos pensam a respeito do curso realizado, seu aprendizado e do impacto em suas carreiras. Gestão Universitária na América Latina. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2019.