Resumo

Título do Artigo

PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE DE ENSINO SUPERIOR EM IES PRIVADAS BRASILEIRAS
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Palavras Chave

Trabalho Docente
Precarização
Ensino Superior

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Estudos Críticos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - Catia Eli Gemelli
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL (IFRS) - Campus Osório
2 - Lisiane Quadrado Closs
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO (EA/UFRGS)

Reumo

As condições que regem o trabalho docente de ensino superior passam por transformações nos diferentes tempos e espaços histórico-sociais. O aumento da sua precarização, expresso principalmente pela intensificação de atividades e fragilização das relações de trabalho, vem sendo apontado por diversos estudos, tanto no contexto nacional, quanto internacional. Apesar da sua relevância, há uma carência de pesquisas que analisem quantitativamente esse processo, especialmente no cenário brasileiro de ensino superior em IES privadas.
O propósito deste artigo é analisar o trabalho docente de ensino superior em instituições privadas brasileiras, com enfoque na sua precarização, a partir da Escala de Precarização do Trabalho Docente de Ensino Superior Privado (EPTDESP). Na pesquisa exploratória, de natureza quantitativa do tipo survey, foram analisadas 607 respostas de docentes de ensino superior privado de diversas áreas e instituições, das regiões sul e sudeste.
Adventos como a ampliação da oferta de vagas na educação superior, a expansão do setor privado na esfera educacional e o enfraquecimento dos vínculos trabalhistas acarretaram diferentes consequências para a docência superior, especialmente no contexto de IES privadas. Dentre elas, evidencia-se um cotidiano de trabalho intenso, complexo, exposto a critérios de eficiência e eficácia ajustados aos interesses do mercado, bem como a potencialização da produtividade do/a trabalhador/a docente, que teve ampliadas as exigências sobre si mesmo/a.
Nesta pesquisa exploratória, de natureza quantitativa do tipo survey, foram analisadas 607 respostas de docentes de ensino superior privado de diversas áreas e instituições, das regiões sul e sudeste. O instrumento de coleta de dados foi composto pela EPTDESP, bem como por questões demográficas e de investigação sobre aspectos do exercício da profissão docente. As análises incluíram estatísticas descritivas, análises de correlações e teste de hipótese (ANOVA ONEWAY e regressão múltipla).
Dentre os resultados dos testes de correlação entre as variáveis sociodemográficas e os aspectos da profissão docente, destacam-se: a) a sub-representação das mulheres nas áreas de Ciências Exatas e da Terra e Engenharias; b) os indicativos de desprofissionalização da docência de ensino superior; e c) a correlação da variável cor/etnia com a experiência docente, que reflete o recente acesso da população negra à profissão docente de ensino superior.
A análise dos fatores e variáveis da EPTDESP corrobora discussões teórico-empíricas recentes que evidenciam um intenso processo de precarização sofrido por docentes de ensino superior privado no Brasil. O fator de menor média foi a carga horária de trabalho, indicando a percepção de sua insuficiência, por parte dos/as docentes, para a realização de todas as atividades exigidas pelas IES. Quanto ao teste de hipóteses, confirmou-se que o tipo de vínculo/contrato de trabalho afeta significativamente a percepção do grau de precarização do trabalho docente de ensino superior privado.
BECHI, D. As reformas da educação superior e as metamorfoses do trabalho docente na economia capitalista flexível. Revista Internacional de Educação Superior, v. 3, n.1, p. 203-223, 2017 BIELSCHOWSKY, C. E. Tendências de precarização do ensino superior privado no Brasil. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 36, n. 1, p. 241- 271, 2020. GEMELLI, C. E.; CLOSS, L. Q.; FRAGA, A. M. Multiformidade e pejotização: (re)configurações do trabalho docente no ensino superior privado sob o capitalismo flexível. Revista Eletrônica de Administração, v. 26, n. 2, p. 09-438, 2020.