Resumo

Título do Artigo

E AGORA JOSÉ? QUE CAMINHOS SEGUIR PARA OBTER A ACESSIBILIDADE NO PEQUENO VAREJO
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Palavras Chave

Acessibilidade
Varejo
Pessoa com deficiência

Área

Marketing

Tema

Varejo, Omni-Channel, Serviços, Franquia e B2B

Autores

Nome
1 - Gabriel Victor Pereira Cruz
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - campus Governador Valadares
2 - STELA CRISTINA HOTT CORREA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Ciências Sociais Aplicadas/GV
3 - Kascilene Gonçalves Machado
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Instituto de Ciências Sociais Aplicada - ISCA
4 - Alcielis De Paula Neto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Departamento de Administração e Ciências Contábeis
5 - Margarida Aparecida de Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Campus Governador Valadares

Reumo

O ser humano vulnerável possui uma fragilidade que o coloca em desvantagem na busca por seu bem-estar (Carmo & Guizardi, 2018). As condições biofísicas, associadas a barreiras físicas e sociais, expõem as pessoas com deficiência (PcDs) a situações de vulnerabilidade em que a acessibilidade a produtos e serviços é um desafio diário (Baker, Gentry, & Rittenburg, 2005). Um caminho para aliviar os impactos da sua vulnerabilidade no consumo está no desenho de canais de entrega acessíveis (Wünderlich et al., 2020). Portanto, o estudo da acessibilidade no varejo favorece a inclusão da PcD no consumo.
Para receber as PcDs, os varejistas devem estar atentos a cuidados específicos como rampas, portas largas e outros (SBVC, 2020b). Esse público soma 24% da população brasileira, mas no município de Governador Valadares/MG ele sobe para 28%. Assim, para saber se o varejo deste município está preparado para atender a PcD, esta pesquisa foi guiada pelo problema: Quais são os critérios de acessibilidade adotados pelo varejo de Governador Valadares/MG? Seu objetivo é identificar os critérios de acessibilidade adotados pelo varejo de Governador Valadares (MG) segundo a norma ABNT NBR 9050.
A vulnerabilidade prejudica as metas de consumo criando situações constrangedoras que afetam as percepções pessoais e sociais do indivíduo (Baker et al., 2005). Neste sentido, a tecnologia tem proporcionado a obtenção da acessibilidade no varejo, como no caso do uso do merchandising sensorial para a PcD visual (Almeida, Lucian, & Abreu, 2019) ou o uso da realidade aumentada e da IoT (Internet of Things) para a PcD motora (Rashid, Melià-Seguí, Pous, & Peig, 2017). Mas, apesar destes avanços, permanece a necessidade de edificações fisicamente acessíveis de acordo com a norma ABNT NBR 9050.
O estudo é de natureza descritiva por meio de observação estruturada (Malhotra, 2019). Esta providência garantiu o distanciamento social durante a pandemia causada pelo COVID-19 já que os dados foram coletados entre 03/02/21 e 05/05/21. O instrumento para o registro das observações estava no Google Formulários. Ele consistia de 50 itens recomendados pela norma ABNT NBR 9050 incluindo os critérios de: Area de circulação e manobra; informação e sinalização; acesso e circulação; adaptação de sanitários, banheiros e vestuários; e ajustes nos mobiliários. A amostragem foi probabilística por área.
Dos estabelecimentos sondados, 56,4% são considerados pequenos (menos que 21 m2), 32,4% são médios (entre 21 e 50 m2) e 11,2% são grandes (mais que 50 m2). Os resultados foram preocupantes uma vez que nenhum dos critérios de acessibilidade propostos pela ABNT NBR 9050 foi plenamente observado no varejo de Governador Valadares/MG, à exceção das grandes lojas, algumas das quais têm cobertura nacional. Em cada um dos critérios, mais de 50% dos estabelecimentos visitados estavam irregulares. No entanto, a acessibilidade do ambiente externo das lojas se mostrou adequada.
Esta pesquisa expõe o dilema urbano sobre a readequação das cidades que têm uma estrutura comercial antiga. No caso de Governador Valadares, o problema não está na área externa, mas na área interna. Neste sentido, percebe-se que somente fiscalizar e aplicar multas não seria suficiente para garantir as readaptações já que muitas lojas têm espaço ínfimo para reformas. Talvez o caminho passe pela conscientização, bem como, pela pressão social. Talvez a tecnologia também contribua pois já existem soluções que auxiliam a mapear a mobilidade de espaços residenciais (Busatlic et al., 2017).
Baker, S. M., Gentry, J. W., & Rittenburg, T. L. (2005). Building understanding of the domain of consumer vulnerability. Journal of Macromarketing, 25(2), 128–139. Wünderlich, N. V., Hogreve, J., Chowdhury, I. N., Fleischer, H., Mousavi, S., Rötzmeier-Keuper, J., & Sousa, R. (2020). Overcoming vulnerability: Channel design strategies to alleviate vulnerability perceptions in customer journeys. Journal of Business Research, 116(July 2019), 377–386.