Resumo

Título do Artigo

ESG e desempenho financeiro das empresas Pós Agenda 2030: mudança de comportamento?
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Palavras Chave

ESG
responsabilidade social empresarial
Agenda 2030

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Desempenho Social Corporativo (CSP)

Autores

Nome
1 - Natália Fontenele Tibério
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade
2 - Alexandre Sanches Garcia
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - São Paulo

Reumo

Nos dois últimos anos, observa-se um crescimento na disseminação do termo ESG entre as empresas e a sociedade em geral, acentuada com a pandemia mundial devido a COVID-19. Pesquisa recente realizada pelo Pacto Global, da ONU, destaca que a discussão sobre ESG em 2020 atingiu um novo patamar. Com crescimento significativo e um volume 6 vezes maior do que o ano anterior, foram coletados mais de 22 mil conteúdos sobre o assunto, no ambiente digital (Pacto Global, 2021).
Considerando as diferenças institucional, cultural e regulamentar entre países, essa pesquisa investiga se após o lançamento da Agenda 2030 da ONU houve mudanças de comportamento das empresas, considerando as diferenças entre os desempenhos ESG e sua relação com o desempenho financeiro das empresas pertencentes a países emergentes e de países desenvolvidos.
A maioria dos estudos que examinam a relação ESG e o desempenho financeiro das empresas (CFP), concentra-se em empresas de países de mercados desenvolvidos. E os resultados apontam que a maioria desses estudos mostra um resultado positivo nessa relação. Entretanto, alguns poucos estudos que utilizam, na amostra de pesquisa, somente empresas de países de economia emergente tem demonstrado que tal resultado não necessariamente é válido nesses países (Garcia et al. 2017).
Esse trabalho usa a mesma metodologia e variáveis definidos no estudo de Garcia e Orsato (2020) e, considerando a Agenda 2030 da ONU, a coleta de dados partirá do ano de 2015 a 2019, já que o trabalho anterior compreendia os anos de 2007 a 2014. Além disso, foram consideradas na amostra apenas as mesmas empresas que contavam no estudo de Garcia e Orsato (2020), justamente para investigar se houve mudança de comportamento dessas empresas na relação ESG e CFP pós Agenda 2030, introduzida no ano de 2015.
Os resultados indicam que empresas de países de economia emergente apresentam uma associação negativa e estatisticamente significativa entre o desempenho ESG e financeiro, esse medido por indicador baseado na contabilidade (ROA) das empresas. Já quando utilizado um indicado baseado no mercado de ações (MCAP) como proxy de desempenho financeiro o resultado foi uma associação positiva e estatisticamente significativa. Quando analisadas apenas empresas de países desenvolvidos foi constatada uma associação positiva e estatisticamente significativa entre essas variáveis.
Conclui-se que não houve mudança de comportamento da empresa pós Agenda 2030 da ONU, uma vez que os resultados obtidos com a amostra do período 2015-2019 permaneceram os mesmos no estudo de Garcia e Orsato (2020) que utilizaram o período de 2007-2014, antes da implementação das ODS, estabelecida em 2015 pela Agenda 2030.
Garcia, A. S., Mendes-Da-Silva, W., & Orsato, R. J. (2017). Sensitive industries produce better ESG performance: Evidence from emerging markets. Journal of cleaner production, 150, 135-147. Garcia, A. S., & Orsato, R. J. (2020). Testing the institutional difference hypothesis: A study about environmental, social, governance, and financial performance. Business Strategy and the Environment, 29(8), 3261-3272. Pacto Global. 2021. A evolução do ESG no Brasil. Pacto Global e Stilingue. Disponível em https://conteudos.stilingue.com.br/webinar-evolucao-do-esg-no-brasil.