Resumo

Título do Artigo

Teletrabalho na Administração Pública: quatro experiências distintas em tempos pandêmicos
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Palavras Chave

Teletrabalho
COVID-19
Gestão pública

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Marcus Vinicius Gonçalves da Cruz
Fundação João Pinheiro - FJP/MG - Mestrado em Administração Pública
2 - Mariana Procópio de Castro Lima
Fundação João Pinheiro - FJP/MG - Programa de Mestrado em Administração Pública
3 - dany andrey secco
Fundação João Pinheiro - FJP/MG - Pampulha
4 - Leandro Belisário Ferreira Coimbra
Fundação João Pinheiro - FJP/MG - Pampulha
5 - Vanessa Campos
Fundação João Pinheiro - FJP/MG - Pampulha

Reumo

A pandemia da COVID-19 provocou inúmeras mudanças no contexto mundial trazendo impactos em várias áreas. Em termos do mundo do trabalho, a adoção de medidas de isolamento social como protocolo preventivo diante do cenário pandêmico, propiciou novos parâmetros relacionados com a organização do trabalho, seja pela necessidade de manutenção dos serviços essenciais durante a pandemia, seja pela aceleração de soluções remotas para continuidade à prestação de serviços. Na seara pública, o teletrabalho passa a se configurar como prática das instituições em distintas esferas de governo.
Analisar o processo de adoção do teletrabalho em domicílio na área pública, por meio da descrição de quatro experiências singulares no Brasil. Justifica-se a análise da temática a partir da disseminação da sua prática em diversas instâncias do poder público brasileiro, seguindo tendência contemporânea do mundo do trabalho. Seus distintos modos de difusão, requerem o equilíbrio entre os benefícios econômicos e sociais propagados com sua adoção, bem como a qualidade do serviço ao cidadão destinatário da política pública.
Mobiliza-se referencial teórico relacionado com mudança organizacional e gestão de pessoas no contexto da administração pública em termos pandêmicos. Parte-se do delineamento de teletrabalho (Rocha &Amador, 2018), contextualizando-o na esfera pública (Filardi, Castro, & Zanini, 2020), em tempos pandêmicos (Belzunegui-Eraso & Erro-Garcés, 2020), descrevendo-se a mudança organizacional em termos de contexto, conteúdo, e processo para (Pettigrew, 2021), e alguns de suas consequências na gestão de pessoas no serviço público brasileiro (Leite & Lemos, 2021).
Realizou-se pesquisa qualitativa, descritiva, por meio de estudo de caso (May, 2004), em quatro órgãos públicos que vivenciaram a discussão do teletrabalho: um órgão do nível federal, dois do nível estadual e uma prefeitura. A pesquisa de campo deu-se por meio de pesquisa bibliográfica e documental, e análise de conteúdo do depoimento de cinco interlocutores qualificados das instituições estudadas, escolhidas intencionalmente por acessibilidade e suas características distintas: existência de teletrabalho; envolvimento direto na pandemia - saúde; gestão prisional e não adesão ao teletrabalho.
Os achados indicam que no órgão federal, o teletrabalho existia por entendimentos com as chefias sem resistências aparentes, mas ao tornar-se obrigatório na pandemia trouxe novas nuances. No órgão de saúde, o dilema entre a linha de frente no enfrentamento da COVID-19 e o suporte administrativo em teletrabalho deixou o nível estratégico em questionamento. Na área prisional o teletrabalho na área da gestão gerou reações como aumento de licenças na área operacional. Na prefeitura a não adesão ao teletrabalho causou protestos de servidores posicionados nos extratos superiores da hierarquia.
Os processos de mudança voltados para a adoção (ou não) do teletrabalho nas organizações públicas estudadas foram emanadas das instâncias estratégicas, disseminados por normativas e geraram conflitos desde sua implantação e consequências ainda em andamento no contexto do trabalho, estando em processo de institucionalização. Novas estratégias na organização do processo de trabalho e gestão de pessoas dos órgãos estudados precisam ser articulados para minimizar as resistências e se adequarem aos processos existentes, bem como na possível continuidade do teletrabalho no contexto pós-pandemia.
Eraso, A., & Garcés, A. (2020). Teleworking in the context of the Covid-19. Sustainability, 12(9), 3662. IPEA. (2020). O teletrabalho no setor público e privado na pandemia. Carta de Conjuntura, (48). Leite, A. L., & Lemos, D. C. (2021). Gestão de Pessoas e o Teletrabalho: desafios e possibilidades. Revista do Serviço Público, 72(2), 330-359. May, T. (2004). Pesquisa social. Artmed. Pettigrew, A. (2012). Context and action in the transformation of firm. Journal of Management Studies, 49(7), 1304–1328. Rocha, C., & Amador, F. (2018). O teletrabalho: conceituação. Cadernos EBAPE.BR, 16(1), 152.