Resumo

Título do Artigo

ENTRE A DOR E A DELÍCIA DE VIVER EM HOME OFFICE: Os desafios vivenciados por mulheres casadas, mães e que passaram a trabalhar de forma remota no período da pandemia da Covid – 19.
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Palavras Chave

Pandemia da Covid – 19
Home Office
Mulher

Área

Gestão de Pessoas

Tema

As faces da Diversidade

Autores

Nome
1 - Carolina Maria Mota santos
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Administração
2 - Marcella Barbosa Miranda Teixeira
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
3 - Antonio Carvalho Neto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - PPGA

Reumo

Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde decretou a pandemia do novo coronavírus (OMS, 2020; OIT, 2020), que impactou a vida de todas as pessoas no mundo, com mudanças no comportamento do trabalho e nas experiências familiares (Trougakos, Chawla & McCarthy, 2020). A partir daí os países começaram a implementar ações para combater a sua propagação. Uma dessas foi o confinamento em escala nacional (OIT, 2020). No Brasil, o Ministério da Saúde publicou uma portaria com medidas de combate ao coronavírus, dentre elas: o isolamento e a quarentena (Brasil, 2020a).
Diante da pandemia, os trabalhadores de todo o mundo tiveram que se adaptar às mudanças dessa nova realidade, enfrentando inseguranças no trabalho (Agência Brasil, 2020b). Porém, de acordo com Lemos, Barbosa e Monzato (2020), os trabalhadores foram afetados de maneira desigual na pandemia. Logo, o objetivo deste artigo foi entender os desafios vivenciados por mulheres casadas, mães e que passaram a trabalhar de forma online no período da pandemia da Covid – 19.
A necessidade de se manter em casa por conta da pandemia, faz com que se experimente o fenômeno “trabalho-família lockdown”, afetando significamente os papéis familiares e do trabalho (Powell, 2020). Se antes da pandemia, as mulheres brasileiras já dedicavam, 21,4 horas semanais aos afazeres do lar, enquanto os homens despendiam 11,0 horas (IBGE, 2020), o que pensar de uma rotina mais intensa com os filhos pequenos em aulas remotas? As mulheres que antes já exerciam múltiplos papéis, passam a vivenciar uma série de mudanças e um apagamento das fronteiras entre estes papéis (Santos, 2021).
A pesquisa de natureza qualitativa foi realizada com 12 mulheres, mães, casadas e com filhos em dois momentos: em abril e agosto de 2020. A técnica de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada. Os dados obtidos foram submetidos à análise de conteúdo, do tipo Análise Categorial Temática (Bardin, 2011), resultando em quatro categorias de análise: (1) As maiores mudanças vivenciadas com o trabalho em home office; (2) Estratégias utilizadas para dar conta dos desafios do trabalho em home office; (3) A maior preocupação com o trabalho em home office; (4) Sintomas vividos.
A grande maioria das entrevistadas não teve estratégias para lidar com todas as mudanças no início da quarentena. Três meses depois, elas relatam um cenário mais tranquilo, com mudanças na rotina dos filhos e do espaço físico do lar para adequar uma realidade onde todos poderiam realizar as tarefas. A tranquilidade na visão delas está relacionada aos filhos mais acostumados com a presença constante dos pais no lar. Apenas as mulheres que tinham uma rotina grande de viagens e/ou carga horária longa fora de casa (antes da pandemia) relataram uma tranquilidade maior neste período de pandemia.
Ficou evidente através das falas destas mulheres o quanto houve um apagamento das fronteiras entre os espaços relacionados às demandas de trabalho (casa/profissão/escola dos filhos) e horários, ocasionando em um primeiro momento sentimentos de ansiedade e preocupação. Relatos de insônia e desânimo também apareceram e são pouco presentes na literatura. As preocupações ocorreram não apenas em relação à essa mudança brusca na vida destas mulheres, mas também uma preocupação em garantir o trabalho e o retorno financeiro e uma preocupação com a saúde das pessoas da família.
Lemos, A. H. D. C., Barbosa, A. D. O., & Monzato, P. P. (2020). Mulheres em home office durante a pandemia da Covid-19 e as configurações do conflito trabalho-família. Revista de Administração de Empresas, 60(6), 388-399. Powell, G. N. (2020). Work–family lockdown: implications for a post-pandemic research agenda. Gender in Management: An International Journal, 35(7/8), 639-646. Trougakos, J. P., Chawla, N., & McCarthy, J. M. (2020). Working in a pandemic: Exploring the impact of COVID-19 health anxiety on work, family, and health outcomes. Journal of Applied Psychology, 105(11), 1234-1245.