Resumo

Título do Artigo

EXIGÊNCIAS ERGONÔMICAS E DANOS PROVENIENTES DO TRABALHO: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE JOVENS TRABALHADORES
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Palavras Chave

Ergonomia
Danos do trabalho
Jovens trabalhadores

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Comportamento Humano

Autores

Nome
1 - Silas Dias Mendes Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Belo Horizonte
2 - Kely César Martins de Paiva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD

Reumo

A dificuldade de inserção no mercado de trabalho é uma realidade enfrentada por inúmeras pessoas em diferentes países, sobretudo pelo público jovem. Muitas vezes, as oportunidades de trabalho formal encontradas por esse público são rotineiras e simplistas. Frente a este cenário, órgãos governamentais têm criado políticas públicas para viabilizar a qualificação e inserção dos jovens nas empresas, tal como assegurado no Decreto nº 9.579, de 2018, que prevê a contratação de jovens trabalhadores na condição de aprendizes em condições, em tese, diferenciadas de outros grupos de trabalhadores.
Tendo em vista as idiossincrasias desse grupo de trabalhadores questiona-se: como características dos indivíduos e do trabalho podem implicar em diferentes exigências ergonômicas e, daí, em danos relacionados ao trabalho? Assim, o objetivo desta pesquisa consiste em verificar como tais características impactam nas exigências ergonômicas e nos tipos de danos provenientes do trabalho, bem como nas relações entre tais aspectos, na percepção dos jovens trabalhadores.
As exigências ergonômicas envolvem aspectos físicos (ritmos, cadência, fragmentação do trabalho, temperatura, ruídos, etc.) cognitivos (memória, atenção, identificação de padrões, resolução de problemas, decisão) e organizacionais (processos, políticas e regras) (IEA, 2019). Os dados relacionados ao trabalho podem ser físicos (dores no corpo e distúrbios biológicos), psicológicos (sentimentos negativos em relação a si e à vida de uma forma geral, amargura, irritação, solidão) e sociais (isolamento, dificuldade de relações com a família e no trabalho) (MENDES; FERREIRA, 2007).
A pesquisa configura-se como sendo descritiva. Quanto a enfoque utilizado, trata-se de uma abordagem quantitativa. A coleta de dados foi feita por meio de questionários. A escala que trata sobre a ergonomia foi proposta e validada por Costa (2018) e a Escala de Avaliação de Danos Relacionados ao Trabalho (EADRT), validado por Mendes e Ferreira (2007). Os dados foram submetidos a analise fatorial, análise descritiva, testes de comparação Mann-Whitney e Kruskal-Wallis e, ainda, o teste de correlação de Spearman.
Os níveis de exigências ergonômicas e os danos foram considerados críticos para todas as dimensões avaliadas. Os testes de comparação apresentaram diferenças estatisticamente significativas para alguns fatores, quando considerado o gênero dos jovens, tempo de trabalho na empresa, ramo de atuação da empresa, prática de exercícios físicos, consumo de bebidas alcoólicas e uso de cigarro. Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas para o fator idade. Os resultados demonstraram 12 (doze) correlações entre as dimensões da ergonomia e os tipos de danos no trabalho.
Não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas quanto as exigências ergonômicas e os danos decorrentes do trabalho para o fator idade, contudo alguns fatores apresentaram diferenças estatisticamente significativas. São eles: o gênero dos jovens, tempo de trabalho na empresa, tempo de trabalho total (experiências formais e informais), ramo de atuação da empresa, prática de exercícios físicos, consumo de bebidas alcoólicas e uso de cigarro.
COSTA, S. D. M. Dimensões da tarefa, ergonomia e danos no trabalho: um estudo integrado com jovens trabalhadores de Belo Horizonte (MG). Dissertação (Mestrado em Administração) – UFMG – Belo Horizonte. 2018. IEA. Definition and domains of ergonomics. Disponível em . Acesso em 15/01/2019. MENDES, A. M.; FERREIRA, M. C. Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento: Instrumento Auxiliar de Diagnóstico de Indicadores Críticos no Trabalho. In: MENDES, A. M. Psicodinâmica do trabalho: teoria, método e pesquisas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2007. p. 111-126.