Resumo

Título do Artigo

Como promover a aprendizagem a partir dos erros, quando eles não são críticos?
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Palavras Chave

Aprendizagem a partir dos erros.
Criticidade do erro.
Comprometimento com aprendizagem.

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Aprendizagem nas Organizações

Autores

Nome
1 - Silvye Ane Massaini
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - PPGA
2 - Diógenes de Souza Bido
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - PPGA - Programa de Pós-graduação em Administração de Empresas

Reumo

Os erros são situações inevitáveis e frequentes no contexto complexo das organizações. Por serem inerentes aos processos de trabalho, os erros podem servir como oportunidades de aprendizado e, assim, promover o desenvolvimento de competências (FRESE; KEITH, 2015;). No entanto, embora a aprendizagem a partir dos erros represente uma importante forma de aprendizagem no contexto do trabalho, ainda existem poucas evidências empíricas sobre os fatores individuais e organizacionais que inibem ou estimulam esse tipo de aprendizagem (HARTEIS et al., 2008).
A presente pesquisa objetiva entender qual a influência dos principais fatores organizacionais – relacionados à aprendizagem a partir dos erros – no aprendizado de indivíduos no contexto do trabalho. Mais especificamente, esta investigação também se dá a partir da análise da criticidade dos erros, da tolerância aos erros e do comprometimento do indivíduo com a aprendizagem.
A ocorrência do aprendizado a partir dos erros depende da forma como eles são encarados no ambiente de trabalho (FRESE; KEITH, 2015), bem como do nível de tolerância da organização em relação aos erros. Erros de alta criticidade também podem ser uma fonte importante para o aprendizado. Além disso, o comprometimento dos indivíduos em adquirir novos conhecimentos e habilidades pode ser considerado uma força vital para que ocorra a aprendizagem em ambientes de constantes alterações (TSAI et al., 2007).
O questionário da pesquisa foi baseado em cinco construtos, referenciados na literatura, e a amostra foi baseada em trabalhadores localizados no território nacional (n = 108). Os dados foram submetidos à análise estatística multivariada, por meio da aplicação do método de modelagem de equações estruturais (SEM), baseado na estimação por PLS (Partial Least Squares). Também foram realizados procedimentos a priori e post hoc para a prevenção e verificação da variância comum ao método, descartando-se a possibilidade deste viés no modelo.
Das oito hipóteses estabelecidas no estudo, sete foram confirmadas. Constatou-se, que a aprendizagem individual a partir dos erros pode ser favorecida por dois aspectos principais: (1) o comprometimento com a aprendizagem; e (2) os fatores organizacionais, como o apoio da alta gestão, o compartilhamento dos erros com os colegas, os procedimentos e normas da organização, a cultura e sistema de valores voltados para a gestão do erro. A criticidade do erro se apresentou como uma variável moderadora importante no modelo.
O estudo é relevante tanto por apontar preditores importantes em relação à aprendizagem individual a partir dos erros, como também por enfatizar a necessidade do desenvolvimento de políticas e ações organizacionais que possam promover um ambiente propício e incentivar o comprometimento para a aquisição de novos conhecimentos e habilidades individuais. Outro ponto de destaque, refere-se à tolerância das organizações aos erros, já que esta pode ser a propulsora de ações institucionais capazes de criar um ambiente organizacional adequado para a aprendizagem a partir dos erros.
FRESE, M.; KEITH, N. Action errors, error management, and learning in organizations. Annual review of psychology, v. 66, p. 661-687, 2015. HARTEIS, C.; BAUER, J.; GRUBER, H. The culture of learning from mistakes: how employees handle mistakes in everyday work. International Journal of Educational Research, n. 47, p. 223-231, 2008. TSAI, P. C. F.; YEN, Y. F.; HUANG, L. C.; HUANG, C. A study on motivating employees’ learning commitment in the post-downsizing era: Job satisfaction perspective. Journal of World Business, v. 42, n. 2, p. 157-169, 2007.