Resumo

A contratação de estagiários não se trata apenas de facilidades contratuais, mas pode agregar valor a uma empresa com a concepção de novas ideias para o ambiente corporativo. Não obstante, as empresas encontram no estágio a chance de formarem profissionais conforme seus valores e, até mesmo, direcioná-los para planos de carreira estratégicos (MAVICHIAN, 2017). Na perspectiva de Marinho (2008, p. 17) o estágio é “[…] uma atividade pedagógica que tem como objetivo desenvolver a interdisciplinaridade, promover a relação teoria e prática e gerar oportunidades de desenvolvimento dos alunos.

O objetivo geral foi analisar a contribuição do programa de estágio para o desenvolvimento profissional do universitário

O referencial teórico apresenta as principais definições de aprendizagem, condições para que a ocorrência no estágio e, as práticas que as empresas dispõem como forma de aprendizado. Em relação à aprendizagem, destaca-se a diferenciação entre a aprendizagem formal e a informal (MARSICK, WATKINS, 1997; FLACH; ANTONELLO, 2010) e sobre o estágio, as considerações de Murari e Helal (2009, p.278) a medida que “o estágio é um mecanismo que possibilita formar um profissional de acordo com os interesses e objetivos das organizações”.

Para atingir o objetivo proposto, optou-se por um estudo exploratório, com abordagem qualitativa, sendo uma organização do setor financeiro o objeto de estudo. A técnica de coleta de dados foi a entrevista online, realizada com um membro do RH responsável pelo programa de estágio, três gestores diretos de estagiários, bem como, seis estagiários. A técnica de análise de dados utilizada foi a análise de conteúdo, com categorias definidas à priori: formato do programa de estágio, aprendizagem e prática, além da percepção dos gestores.

A empresa analisada compreende a importância de um programa de estágio estruturado que seja capaz de instruir e provocar no estudante a busca por novas competências, habilidades e conhecimentos em razão da constante transformação vivida no mercado de trabalho. Percebeu-se, também, que o protagonismo dos universitários se tornou um pilar inerente e tão importante quanto o papel da empresa na construção da carreira. Foi possível identificar ainda, que as universidades precisam estruturar seus cursos observando, cada vez mais, as demandas e necessidades reais do mercado de trabalho.

Aprender, desaprender e aprender novamente, tornou-se a melhor estratégia para os universitários que desejam desenvolvimento profissional, no entanto, é importante que cada vez mais empresas desenvolvam e ofertem programas de estágio estruturados que dentre outras premissas, possam estimular nos estudantes uma indignação construtiva, ou seja, os problemas ou deficiências durante a jornada de desenvolvimento podem até surgir, mas ao invés de obstáculos, precisam ser encarados como uma boa oportunidade para se capacitar ainda mais.

ANTONELLO, C. S. Articulação da aprendizagem formal e informal: seu impacto no desenvolvimento de competências gerenciais. Revista Alcance, v. 12, n. 2, 2005. FLACH, L.; ANTONELLO, C. S. A teoria sobre aprendizagem informal e suas implicações nas organizações. GESTÃO. Org-Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, v. 8, n. 2, 2010. MARSICK, V. J., WATKINS, K. E. Lessons from informal and incidental learning. In: BURGOYNE, J.; REYNOLDS, M. Management learning: integrating perspectives in theory and practice. London: Sage Publications, 1997. p. 295.