Resumo

Título do Artigo

Aprisionado no Purgatório: Há Salvação para o Consumidor?
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Palavras Chave

Consumidor
Organizações
Purgatório

Área

Marketing

Tema

Cultura e Consumo

Autores

Nome
1 - LAIR BARROSO ARRAES ROCHA SILVA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Aluno Não Regular
2 - Melissa RIzzo Sperandio
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ (UEM) - Maringá

Reumo

Nas últimas décadas, o estudo do consumo tem ganhado novas cores a partir de olhares diferenciados. O capitalismo, é o paradigma predominante e acaba por permear as ações das sociedades contemporâneas. O consumo é atacado com preconceito de cultura anti material, e ao consumidor é imputada uma responsabilização desproporcional pelos impactos do consumo, especialmente em relação as organizações. Assim, em uma arena com sob a égide de deuses poderosos (grandes corporações), o consumidor foi aprisionado em uma instância de constante julgamento, necessidade de justificação e dever de redenção.
Em busca de uma metáfora que nos auxiliasse no desafio da redenção do consumidor, recorremos à obra A Divina Comédia, de Dante Alighieri (1265-1321), mais especificamente a parte que trata do Purgatório. A escolha acontece pela influência que a cultura católica exerce no contexto brasileiro, podendo ser útil na construção das pontes que almejamos estabelecer. O consumidor tem sido aprisionado em uma instância de constante julgamento e necessidade de justificação. Assim, é possível alçar o consumidor em um lugar mais justo enquanto o consumo é discutido.
Na travessia para o paraíso, o primeiro desafio é passar pelo portão do Ante Purgatório, que possui uma porta estreita. Depois disso, o consumidor percorre um caminho até o paraíso terrestre. Dessa maneira, propomos a discussão teórica, onde consumo, sua ambiguidade e seus aspectos morais envolvendo trabalho e consumo, são refletidos com base nessa jornada do Ante Purgatório, passando aos pecados: orgulho, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxuria, como proposto pela obra A Divina Comédia de Dante Alighieri (1265-1321).
Neste texto, defendemos que é chegada a hora de o consumidor pegar a barca para o céu pois, embora sob constante vigilância e com diversas acusações sendo imputadas sobre seus ombros, ações e potencialidades inerentes a eles são discutidas e exemplificadas. Assim discutimos a culpabilidade imputada ao consumidor versus as possíveis respostas e saídas de cada círculo.
A presente reflexão teve como objetivo defender a possibilidade de redenção do consumidor, tirando-o do purgatório onde tem sido mantido desde o surgimento da sociedade de consumo, já que as críticas e a necessidade de reparação dos malefícios têm, historicamente, recaído nos ombros deste. Suportamos essa ideia baseadas no pressuposto de que as ações e as potencialidades que envolvem os consumidores são muito maiores que seus impactos negativos e as responsabilidades imputadas, na verdade, estão muitas vezes mal direcionadas.
Algumas obras citadas no artigo: Alighieri, D. (1999). A divina comédia: purgatório. Editora 34. Barbosa, L., & Campbell, C. (2006). O Estudo do Consumo nas Ciências Sociais Contemporâneas. FGV. Belk, R. (2011). Benign envy. AMS Review, 1(3–4), 117–134. https://doi.org/10.1007/s13162-011-0018-x Sassatelli, L. (2007). Consumer Culture: history, theory and politics. Sage.