Resumo

Título do Artigo

Investidores institucionais, informação intangível e o efeito na relação valor contábil e valor de mercado das empresas brasileiras
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Palavras Chave

Investidores Institucionais
Retorno intangível
Book-to-market

Área

Finanças

Tema

Contabilidade para usuários externos

Autores

Nome
1 - Filipe Silva Ferreira
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - PPGA
2 - Editinete André da Rocha Garcia
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAC
3 - Victor Oroña Claussen Mancebo
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FEA)
4 - Evelyne Eimin Yao
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA USP
5 - Eduardo S Flores
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - EAC

Reumo

O estudo considera os argumentos de Daniel & Titman (2006), que examinou o efeito book-to-market no retorno esperado de ações, identificando que embora o retorno futuro de uma ação não esteja relacionado ao desempenho contábil, é fortemente relacionado ao intangível. Adicionalmente, baseia-se no trabalho de Jiang (2010) ao estabelecer uma ligação entre o comportamento de negociação das instituições e o efeito book-to-market. Por fim, avança ao incluir os efeitos de uma variável macroeconômica no efeito book-to-market, reforçando a relevância da informação contábil.
Qual o efeito das informações intangíveis no coeficiente de risco do book-to-market no contexto brasileiro diante da presença de investidores institucionais?
Estudos mostram que as instituições tendem a negociar na direção da informação intangível, influenciando o efeito book-to-market. Tais resultados são consistentes com o pressuposto de que informações intangíveis estão associadas com maior volatilidade de retorno e dispersão de crenças entre os investidores (Jiang, 2010). As compras por institucionais intensificam o efeito do intangível sobre o book-to-market, uma vez que eles agem de maneira ainda mais intensa sobre as informações do mercado e o volume com que compram os papeis tem impacto direto e intensificado sobre o preço (Jiang, 2010).
A amostra é de 1.796 observações dos anos de 2010 a 2020, de empresas brasileiras. Foram obtidas da CVM, B3 e Banco Central do Brasil e da base Comdinheiro. Testes realizados utilizando o modelo de regressão linear múltipla com dados em painel, utilizando-se o Stata®. Modelos definidos a partir de Jiang (2010) e Daniel e Titman (2006), decompondo o retorno para cada ano, com regressão transversal do retorno de ações em log de cada empresa no último ano τ, r i (t-τ,t); no índice em relação ao mercado defasado τ -ano das empresas, 〖bm〗_(i,t-τ ); e seu retorno do livro τ -ano, rB i (t-τ,t).
Resultados indicam uma relação positiva e estatisticamente significante entre a relação book-to-market (bm). Tais resultados não corroboram com a hipótese de intensificação do efeito bm entre empresas, que são mais compradas do que vendidas por fundos de investimento. Apresentou coeficiente mais elevado para empresas que foram mais vendidas do que compradas por esses fundos, demonstrando que os investidores institucionais são hábeis para corrigir distorções de mercado (Akbas et al., 2015). Teste de robustez indica que a inflação é um dos fatores que provocam efeito no bm (Aretz et al., 2010).
Investidores institucionais representam uma parcela substancial do mercado de capitais global e no Brasil. Este investidor é considerado mais racional e vinculado aos fundamentos com padrões elevados de governança. No entanto pesquisadores apontam para atividades igualmente irracionais desses investidores, sendo elas ampliadas pelo volume financeiro associado. Nessa linha, os investidores institucionais poderiam ser responsáveis pela intensificação do fluxo excepcional de capital associado a notícias e outros elementos não contábeis (Jiang, 2010).
Aretz, K., Bartram, S. M., & Pope, P. F. (2010). Macroeconomic risks and characteristic-based factor models. Journal of Banking & Finance, 34(6), 1383–1399. Akbas, F., Armstrong, W. J., Sorescu, S., & Subrahmanyam, A. (2015). Smart money, dumb money, and capital market anomalies. Journal of Financial Economics, 118(2), 355–382. Daniel, K., & Titman, S. (2006). Market Reactions to Tangible and Intangible Information. The Journal of Finance, 61(4), 1605–1643. Jiang, H. (2010). Institutional investors, intangible information, and the book-to-market effect. Journal of Financial Economics, 96(1)