Resumo

Título do Artigo

BEBER PESADO EPISÓDICO (BINGE DRINKING) EM TRABALHADORES
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Palavras Chave

Beber Pesado Episódico
Binge Drinking
Beber em excesso

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Comportamento Humano

Autores

Nome
1 - Sandra Regina Chalela Ayub
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA - CPS - FATEC Catanduva
2 - Raul Aragão Martins
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO (UNESP) - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas

Reumo

O álcool é a droga mais utilizada no mundo e por trabalhadores, seu consumo abusivo gera sérios problemas de saúde pública. No Brasil o consumo per capita é de 6,4 litros de álcool puro/ano – 22% a mais que a média mundial, e o padrão de Beber Pesado Episódico (BPE) aumentou de 12,7% em 2010 para 19,4% em 2016, colocando o país em 2º. lugar no mundo. O BPE é um padrão de consumo de risco caracterizado pelo consumo de no mínimo 4 doses de álcool em uma única ocasião, para mulheres, e 5 doses para homens, num intervalo de até 2 horas, despertando interesse em pesquisas, inclusive em empresas
O aumento da prática do BPE na população brasileira aponta desafios da contemporaneidade referente aos conceitos, à mentalidade e às formas de pensar o uso e o abuso de álcool por trabalhadores, bem como suas vulnerabilidades, justificando, assim, a temática abordada nesta pesquisa - a prática de BD entre trabalhadores. É uma problemática pouco estudada, relevante no campo da Saúde Pública e na gestão de pessoas nas empresas. O objetivo desta pesquisa foi investigar o padrão de beber em trabalhadores de duas empresas de cidades do interior do estado de São Paulo, identificando o consumo BPE
O álcool é uma droga lícita, psicoativa, que traz consequências maléficas para o organismo humano (afeta tecidos do corpo) e é a mais utilizada por trabalhadores. Os principais padrões de consumo de álcool são: a abstinência, o beber moderado, o beber pesado (BP) e o Beber Pesado Episódico (BPE) ou Binge Drinking (BD) que está associado a situações adversas à saúde, podendo levar o indivíduo à morte e a problemas em sociedade (episódios de violência física contra si ou contra outras pessoas), afetando também a performance do trabalhador (produtividade e qualidade) e o ambiente de trabalho
A pesquisa foi exploratória com abordagem quanti-quali, realizada em 4 etapas. Na 1ª. etapa, participaram 230 trabalhadores e foi aplicado o questionário de dados sociodemográficos e o Alcohol Use Disorders Identification - AUDIT. Na 2ª. etapa, foi realizada uma entrevista, investigando informações do padrão de beber através do Perfil Breve Bebedor modificado nos trabalhadores que pontuaram 8 ou mais no AUDIT. Na 3ª. etapa realizou-se a Intervenção Breve – IB. Nas sessões de seguimento, 4ª. etapa, foi aplicado o AUDIT após 3 e 6 meses da IB. Focou-se a questão 3 do AUDIT para interpretar o BPE
Verificou-se que 80,2% dos trabalhadores consumiram 6 ou mais doses de álcool em uma única ocasião - o padrão de BPE. As análises comparativas dos dados provenientes da questão 3 do AUDIT, coletado no levantamento inicial e nos seguimentos de 3 meses após a IB, foi possível verificar que, embora a média do BPE no levantamento inicial (Fase 1) tenha sido maior na empresa pública, nas fases 2 e 3, os funcionários desta empresa diminuíram de forma significativa este padrão de beber enquanto na empresa privada praticamente não houve alteração no padrão de BPE
O Estudo revelou que 80,2% dos trabalhadores consumiram seis ou mais doses de álcool em uma única ocasião - o padrão de BD, e esses episódios muitas vezes acontecem semanalmente uma porcentagem muito alta e preocupante, pois o BPE é um dos fatores de risco de maior impacto para morbidade, mortalidade e incapacidades, sendo necessária a prevenção. Sugere-se o uso da IB, pois proporcionou melhores resultados nos padrões de beber de risco e nocivo, inclusive do BPE, como foi possível verificar nesta pesquisa, que diminuiu de forma significativa após a IB.
BABOR, T. F.; HIGGINS-BIDDLE, J. C.; SAUNDERS, J. B.; MONTEIRO, M. G. AUDIT: The Alcohol Use Disorders Identification Test. 2. ed. World Health Organization, 2001. MICHELI, D.; FORMIGONI, M. L. O. S.; CARNEIRO, A. P. L. Intervenção Breve: princípios básicos e aplicação passo a passo. In: DUARTE, P. C. A. V.; FORMIGONI, M. L. O. S. (org.). Intervenção Breve: módulo 4. 11. ed. Brasília: Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2017. p. 13-24. WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global status report on alcohol and health 2018. Genebra: Suíça, 2018a