Resumo

Popper, tido como o pai do realismo crítico, defende que a ciência evolui a partir da falseabilidade de teorias que, consequentemente, devem apresentar possibilidade de serem testadas. Contribuiu, assim, para o debate entre indutivismo e dedutivismo, e confrontou o positivismo.

O presente artigo buscou apresentar uma visão geral da filosofia popperiana nos estudos organizacionais, por meio de uma revisão de escopo da literatura, que abrangeu um intervalo temporal que vai de 1974 a 2020 e utilizou 153 trabalhos.

A epistemologia de Popper empregada neste trabalho tem como base o seu livro “Lógica das Ciências Sociais”, no qual são postuladas as teses que buscam responder “o que é ciência”. Neste contexto, Popper (2004) afirma que a ciência parte de problemas originados da tensão entre conhecimento e ignorância, fenômeno não compreendido ou explicado. Essas lacunas teóricas fazem com que o pesquisador seja constantemente confrontado pela existência de uma contradição entre o atual conhecimento e os fatos observados da realidade.

Dos resultados, destaca-se a (i) baixa relevância dos artigos brasileiros em termos de citações, apesar de o Brasil ser o terceiro país em número de produções e (ii) a maior frequência de publicação de artigos a partir de 2002, consolidando a influência da epistemologia popperiana nas ciências sociais.

O mapeamento da literatura, pelo método de revisão de escopo, tradicionalmente reúne evidências quantitativas da literatura para realizar um retrato atual de publicações, referências e citações. Assim, o estudo indica um incremento da pesquisa acerca da utilização da epistemologia de Popper na área de Administração.

POPPER, K. Lógica das ciências sociais. Tradução de Estevão de Rezende Martins, 2004.