Resumo

Título do Artigo

FORMAÇÃO DE CENTROS E PERIFERIAS EM RELAÇÕES MATRIZ-FILIAL DE EMPRESAS MULTINACIONAIS: UMA REFLEXÃO TEÓRICA SOB A ÓTICA DA TEORIA ATOR-REDE
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Palavras Chave

Teoria Ator-Rede
Matriz-Filial
Redes sociotécnicas

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens Relacionais às Organizações

Autores

Nome
1 - Lucas Gabriel Bezerra Lima
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Campus São Cristóvão
2 - Ronalty Oliveira Rocha
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Programa de pós graduação em administração - PROPADM
3 - Veruschka Vieira Franca
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - PROPADM
4 - EUDE DO AMOR CORNELIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - São Cristóvao
5 - Darlane Amorim Vieira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - São Cristóvão

Reumo

É pertinente considerar que o avanço de tecnologias da informação facilitou a exploração de novos mercados e a expansão de organizações,, possibilitando o gerenciamento de múltiplos domínios empresariais à distância e a exploração de mercados em territórios internacionais, através de diferentes mecanismos para gestão e controle. Dessa forma, emerge uma comunicação “das coisas” em regime de redes telemáticas planetárias, gerando ações, por delegação, entre humanos e não-humanos. Por este motivo foram identificados na teoria ator-rede pressupostos teóricos que permitisse essa reflexão teórica.
Não foi encontrado na literatura estudos que interpretem a estrutura organizacional do tipo matriz-filial por meio de uma teoria da organização. Dessa forma, questionou-se: Como os pressupostos da teoria ator-rede podem explicar a relação matriz-filial existentes em empresas multinacionais? Este estudo tem como objetivo analisar a relação matriz-filial a partir de elementos da teoria ator-rede, notadamente, por meio da identificação de redes sociotécnicas, ou rede-de-atores, e articulações intraorganizacionais no relacionamento desse tipo de estrutura.
Emergindo do trabalho dos pesquisadores Bruno Latour, Michel Callon, Jonh Law, entre outros, a teoria ator-rede assume como pressuposto teórico a apreciação de que humanos e não-humanos possuem idênticas relevâncias dentro de uma rede de competências (OLIVEIRA; PORTO, 2016; CALVACANTI; ALCADIPANI, 2013). Dessa forma, o poder é produzido em um processo contínuo, dentro da rede-de-atores, envolvido no processo que interliga a união da técnica e do social em um ponto específico (ALCADIPANI; TURETA, 2009; LATOUR, 1986; LAW, 1986),
Ao avaliar a estrutura analítica proposta, pode-se constatar o desenvolvimento de uma rede e a sua riqueza de atores dispostos através de uma associação sociotécnica, ou seja, entre agentes humanos e não-humanos. Assim, analisados pela ótica da Teoria ator-rede, é possível empregar novas alternativas à essa inclusão, conforme afirmam Cavalcanti e Alcadipani (2013) quando dizem que é através de sua fluidez que a organização melhor exerce poder e adquire robustez.
Nesse sentido, o ensaio propôs um novo olhar para a relação matriz-filial sob a ótica da teoria ator-rede como um mecanismo interpretativo a partir da associação de humanos e não-humanos que compõem essa rede e suas capacidades, demonstrando que a ação a distância se estrutura a partir da formação de uma rede híbrida no qual os atores que foram identificados modificam e transladam seus contraditórios interesses em busca de um único objetivo, que é manter uma relação de ordem, sendo essas características fundamentadas pelos pressupostos teóricos da Teoria ato-rede.
ALCADIPANI, R.;. TURETA, C. Teoria Ator-Rede e Análise Organizacional: Contribuições e possibilidades de pesquisa no Brasil. Organização & Sociedade. v. 16, n. 51, p. 647-664, 2009. OLIVEIRA, K. E. J.; PORTO, C. M. Educação e Teoria Ator-Rede: Fluxos heterogêneos e conexões híbridas. Editus, Bahia, 2016 LAW, J. On the methods of long distance control: vessels, navigation and the Portuguese rout to India. In: ______. Power action and believe: a new sociology of knowledge? Heley: Routledge, 1986 (Sociological review monograph, 32)