Resumo

A abordagem dominante da Engenharia de Alimentos, focada especialmente no produto final, vem sofrendo mudanças por conta das novas demandas e expectativas dos consumidores, exigindo assim uma nova abordagem no ensino no curso de Engenharia de Alimentos. Assim busca-se reorganizar a formação profissional em novos temas, envolvendo assuntos capazes de trazer soluções eficientes ao mercado. Entretanto, a reorganização curricular, que garante o desenvolvimento de hard skills alinhadas ao mercado, não é suficiente. O desenvolvimento de soft skills se torna ainda mais importante no contexto atual.

Através do mapeamento de egressos do curso de Engenharia de Alimentos da FZEA-USP foram selecionados egressos em cargos de liderança de áreas não habituais para serem entrevistados sobre sua trajetória, para posterior análise. Buscou-se identificar e discutir as percepções dos profissionais formados na FZEA-USP sobre as oportunidades de desenvolvimento de soft e hard skills e como isso os diferenciou no mercado de trabalho. Através de tais percepções visou-se identificar as principais atividades/conhecimentos oferecidos pela USP/FZEA que colaboram para tal desenvolvimento.

Ao os Engenheiros de Alimentos assumirem novas funções estratégicas, passaram a serem exigidas habilidades técnicas que anteriormente não existiam em seu currículo. Mas, além disso, para resolver os problemas atuais as soft skills se tornaram parte importante do novo perfil do profissional, garantindo uma atuação alinhada às novas demandas.

Através das entrevistas realizadas com os egressos do curso de Engenharia de Alimentos da FZEA-USP identificou-se as oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional ao longo da vida acadêmica, além das características que os egressos consideram mais importantes para o sucesso profissional.

A partir da compilação das principais oportunidades e principais habilidades, tanto técnicas quanto comportamentais, que fazem diferença profissional, foi observada e tabelada uma relação entre elas, ou seja, buscou-se entender a partir de quais atividades se desenvolve as principais habilidades que estão em alta no mercado. Para tal, atividades extracurriculares como agremiações, intercâmbios, iniciações científicas, entre outras, se mostraram como uma ótima fonte para o desenvolvimento das habilidades demandadas pelo mercado ao longo da vida acadêmica.

A disrupção tecnológica e as novas tendências de consumo exigem a adaptação do currículo da universidade para desenvolver as competências necessárias nos alunos. Entretanto, muitas das características mais buscadas pelo mercado de trabalho se mostraram possíveis de serem desenvolvidas ao fazer parte de atividades extracurriculares, indo além do currículo tradicional. Pelo presente estudo buscou-se identificar as maiores fontes de impacto positivo nos estudantes da FZEA-USP de modo que estes, ao se formarem, se diferenciem e estejam alinhados às demandas que vem surgindo aos profissionais.