Resumo

Título do Artigo

A Formação de Administradores: do Sonho no Ingresso às Dificuldades para Conclusão
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Palavras Chave

Ensino em Administração
Práticas
Evasão

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Experiências no ensino-aprendizagem

Autores

Nome
1 - Juliana Santesso Bonnas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - PROGRAD
2 - Valdir Machado Valadão Júnior
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Fagen

Reumo

Os cursos de Administração são os que congregam maior número de matrículas, considerando-se suas variações, totalizando 1.212.231 alunos, (INEP, 2017). Entretanto, apesar de atrair muitos alunos, há também um elevado índice de evasão e retenção. Assim, existem indicações de que características peculiares na formação, incluindo-se as metodologias de ensino aprendizagem utilizadas, e atuação de um administrador, sendo prescindível o diploma de graduação, exercem influência na evasão do curso.
Quais as dificuldades que os alunos de graduação em Administração da UFU têm enfrentado para alcançar a sua conclusão? O objetivo geral foi compreender como as particularidades da formação em Administração influenciam a permanência de alunos nos cursos de graduação ou se as características da própria profissão tornam a conquista do Diploma algo secundário e que, portanto, conduzem à evasão.
Bennis e O’Toole (2005) indicam que os currículos dos cursos de Administração estão fora de sintonia com sua real função, sugerindo que há um desequilíbrio entre as disciplinas acadêmicas e as de formação profissional. De igual modo, Shapiro e Kirkman (2018) reconhecem que há uma desconexão entre a “academia” e o “mundo dos negócios”. Visando preencher as lacunas, aproximando teoria e prática autores sugerem o PBL (AO TIAN, 2017) o método de caso (VALDEVINO et al., 2017) e a mescla entre métodos (FARASHAHI; TAJEDDIN, 2018), repensando as práticas em face do conteúdo e objetivos pretendidos.
Analisou-se a trajetória acadêmica de 1.716 alunos que ingressaram no curso de Administração da UFU no período 2007-2017, com observações quanto ao sexo, idade, forma e período de evasão, processo seletivo de ingresso, desempenho acadêmico e formação prévia. Paralelamente, foram analisadas 157 atas de reunião do Colegiado do Curso, 41 processos de perda de vaga e realizadas 08 entrevistas com membros do staff do Curso. Os dados foram analisados a partir de técnicas da estatística descritiva e análise de conteúdo conforme proposta por Bardin (2006).
O curso de Administração projeta uma grande expectativa de empregabilidade, porém as desistências nos períodos iniciais indicam o pouco conhecimento dos ingressantes. O perfil é heterogêneo e há dificuldades de conciliação entre emprego e estudos. O estar no mercado de trabalho acaba por reforçar a ideia de que a graduação não confere a formação necessária e de que há uma separação entre academia e mercado e, não obstante o currículo ser atual, ainda se encontra em descompasso com as exigências de uma sociedade em mudança.
A pesquisa apontou um perfil heterogêneo e um desconhecimento dos ingressantes acerca do curso. Indica também que os alunos encontram dificuldade em conciliar estudos e trabalho e que as possibilidades de atuação em diferentes áreas, inclusive de progressão profissional, a despeito da não conclusão do curso, também contribuem para que o aluno postergue a conclusão e que há uma sensação generalizada de que o curso, apesar de atual, ainda está em descompasso com as exigências de uma sociedade em mudança.
ANDERSON; ELLWOOD; COLEMAN, 2017. AO-TIAN, 2017. BENNIS; O'TOOLE, 2005. BERTERO, 2007. CUNHA; VOGT; BIAVATTI, 2015. DE SOUZA; FERRUGINI; ZAMBALDE, 2017. FARASHAHI; TAJEDDIN, 2018. GARNJOST; BROWN, 2018. HART RESEARCH ASSOCIATES, 2018. LOURENÇO, 2013. MARQUES; PROFETA; OLIVEIRA, 2016. NICOLINI, 2003. OLIVEIRA JUNIOR, 2018. PAREDES, 1994. PAULA, 2016. PFEFFER; FONG, 2002. SANTANA; CARDOSO, 2018. SHAPIRO; KIRKMAN, 2018.