Resumo

Título do Artigo

DESEMPENHO FINANCEIRO E OPERACIONAL EM HOSPITAIS SEM FINS LUCRATIVOS BRASILEIROS
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Palavras Chave

Avaliação de desemenho
Gestão em saúde
Análise envoltória de dados

Área

Administração Pública

Tema

Gestão em Saúde

Autores

Nome
1 - Joice Chiareto
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Campus - Capital
2 - Hamilton Luiz Correa
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração
3 - Rafael de Freitas Souza
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA

Reumo

Dado que a eficiência pode ser definida pela utilização mais adequada dos recursos disponíveis, a fim de alcançar o resultado pretendido (Fonseca & Ferreira, 2009; Pindyck & Runbinfeld, 1994 apud Trivelato, Soares, Rocha, & Faria, 2015). Um dos objetivos básicos perseguidos pela maioria dos países é melhorar seu sistema de saúde tanto em termos de serviços de qualidade e eficiência quanto em que medida seus recursos são bem aproveitados (Caballer-Tarazona, Moya-Clemente, Vivas-Consuelo, & Barrachina-Martínez, 2010).
No caso de organizações sem fins lucrativos, elas não podem distribuir dividendos para seus acionistas, mas ainda é necessário manter a saúde financeira da instituição, um hospital sem fins lucrativos deve manter sua renda para continuar sua missão (Deneffe & Masson, 2002; Gentry, 2002). Nesse contexto esse trabalho tem como objetivos: a) mensurar o desempenho operacional dos hospitais sem fins lucrativos; b) analisar a relação entre o desempenho financeiro e o desempenho operacional dos hospitais sem fins lucrativos
Mensurar eficiência em hospitais é um desafio bastante discutido na literatura. Em particular e seguindo o trabalho de Farrell (1957), pode-se definir eficiência como produzir o máximo de saídas considerando uma determinada quantidade de entradas ou, alternativamente, produzir um dado resultado com quantidades mínimas de insumos. É necessário saber o quanto pode-se esperar melhorar resultados simplesmente aumentado sua eficiência, sem usar mais recursos (Farrell, 1957), sendo necessário que as entradas de saída sejam claramente especificadas por meio de atributos mensuráveis (Kopp, 1981).
A população estudada nessa pesquisa são os hospitais sem fins lucrativos brasileiros, segundo a classificação do CNES (2018). A amostra final da pesquisa é formada por 43 hospitais gerais e especializados e com dados referentes ao ano de 2016. Neste trabalho desempenho financeiro é mensurado pelo ROA, mede a eficácia geral da administração na geração de lucros a partir dos ativos disponível (Gitman, 2011). Para o desempenho operacional optou-se por usar o nível de eficiência operacional como proxy. Para a execução do DEA foi utilizado o software EMS®, que é o um software livre.
A média de eficiência encontrada é de 84,73%, 18 hospitais obtiveram uma eficiência de 100%, ou seja, atingiram o melhor resultado possível. Aparentemente não existem grandes diferenças aparentes nas características dos hospitais mais e menos eficientes em termos de número de leitos, médicos e outros funcionários. Os resultados encontrados possivelmente estão mais relacionados com a gestão desses hospitais do que com suas características físicas. Hospitais com desempenho operacional superior não apresentam, necessariamente, um desempenho financeiro superior.
Quanto à relação entre o desempenho financeiro e o desempenho operacional dos hospitais, foi encontrada uma relação possivelmente inversa entre o nível de eficiência do hospital e o desempenho financeiro. Essa relação pode ser explicada pelo foco da gestão em cumprir a missão do hospital, dado pelo valor negativo da maior parte dos resultados financeiros dos hospitais estudados. Os hospitais buscam atender máximo de pacientes possível, ainda que isso venha a prejudicar sua saúde financeira imediata.
Carneiro Da Cunha, J. A., & Corrêa, H. L. (2013). Avaliação de Desempenho organizacional : um estudo aplicado em hospitais filantrópicos. RAE-Revista de Administração de Empresas, 53(5), 485–499 Lins, M. E., Lobo, M. S. D. C., da Silva, A. C. M., Fiszman, R., & Ribeiro, V. J. D. P. (2007). O uso da Análise Envoltória de Dados (DEA) para avaliação de hospitais universitários brasileiros. Ciência & Saúde Coletiva, 12(4), 985–98. Zuckerman, S., Hadley, J., & Iezzoni, L. (1994). Measuring hospital efficiency with frontier cost functions. Journal of Health Economics, 13, 255–280