Resumo

Título do Artigo

A ergologia como projeto de análise e intervenção na atividade de agentes de trânsito no Município de Betim – MG
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Palavras Chave

Recursos Humanos
Ergologia
Precarização no setor público

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Angelica da Silva Costa
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Belo Horizonte
2 - Admardo Bonifário Gomes Júnior
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Reumo

A profissão de agentes de trânsito surgiu em 1997, a partir do Código de trânsito brasileiro que determinou a municipalização da fiscalização, engenharia e educação para o trânsito através da descentralização administrativa desses serviços. O trabalho desses agentes é normalizado em documentos como as resoluções do Conselho Nacional de trânsito e as legislações municipais. Entretanto, tais normas não são capazes de antecipar o que é feito do trabalho no espaço da vida real, o que é preciso mobilizar de si para realizar a atividade, sobretudo, em contextos de precarização do setor público.
A questão que se busca responder neste artigo é: Como os agentes de trânsito fazem uso de si, criam e mobilizam saberes, valores e experiências para realizar a atividade de trabalho no contexto da precarização dos serviços públicos? E o objetivo é apresentar análises preliminares do emprego do modelo teórico ergológico para intervenção na atividade de trabalho de agentes de trânsito no Município de Betim – MG.
A Ergologia é uma abordagem interdisciplinar desenvolvida originalmente na França, ao longo dos anos 1980 e 1990, pelo filósofo e epistemólogo Yves Schwartz, destinada a conhecer e intervir nas situações de trabalho. A atividade do agente de trânsito encontra-se constrangida por normas antecedentes de diferentes dimensões – e bastante rígidas -, o que pode significar fonte de diferentes problemas no desenvolvimento dessa atividade. A adoção de modelos de gestão mais próximos aos inerentes à inciativa privada, sob a lógica do usuário resultados otimizados com o dispêndio de menores recursos.
Como método, trata-se de estudo qualitativo, descritivo, que emprega, como instrumento de produção e análise de dados, a técnica da autoconfrontação simples e cruzada, a amostra é composta de 12 agentes divididos em 6 duplas em 2 turnos de trabalho. Os dados são analisados sob a perspectiva teórico-metodológica do Ergologia.
As principais questões aparentes nas análises e nos resultados são as compreensões dos agentes sobre sua atividade, sobre as mobilizações necessárias no contexto da precariedade em que desenvolvem o trabalho, sua importância para o polo do bem comum, função precípua da Administração pública e formas de tornar o trabalho menos desgastante, mesmo com escassez de recursos. Validade da abordagem ergológica para tratar o trabalho da administração pública.
Por meio da autofrontação com sua atividade, em uma perspectiva ergológica, os agentes tomam consciência da importância de seu corpo, dos valores em jogo nas escolhas efetuadas em sua atividade e para dar conta dela, como compreendem as mobilizações de saber, valores e experiência necessários à prática e ao corpo-si, o que pode permitir uma melhor compreensão de sua atividade.
Bakhtine, M. (1984). Esthétique de la création verbale, traduit du russe par Aucouturier A. Paris: Éditions Gallimard. Boareto, R. (2008). A política de mobilidade urbana e a construção de cidades sustentáveis. Revista dos Transportes Públicos-ANTP-2008. Bresser-Pereira, L. C. (2009). Os primeiros passos da reforma gerencial do Estado de 1995. Revista Eletrônica sobre a Reforma do Estado, 16. Schwartz, Y. (2010). Trabalho e Ergologia–conversa entre Yves Schwartz, Louis Durrive e Marcelle Duc. Trabalho e Ergologia: conversas sobre a atividade humana, Niterói, RJ, Editora da UFF.