Resumo

Título do Artigo

CRIATIVIDADE COMO PRÁTICA: Perspectivas e Desafios para a Administração
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Palavras Chave

Criatividade
Prática
Estudos Organizacionais

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Pérola Cavalcante Dourado
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - NPGA
2 - Eduardo Paes Barreto Davel
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - EA

Reumo

A criatividade é um tema que suscita crescentes e múltiplos interesses. Definida como a geração de ideias úteis e originais, a serem julgadas em um ambiente sociocultural de acordo com esses dois critérios, a viabilidade das mesmas muitas vezes só pode ser verificada à luz da prática profissional. A criatividade tem sido proficuamente pesquisada ao longo das últimas décadas no campo da Administração. Porém, carecemos de um conhecimento sobre a criatividade dentro das renovações teórico-epistemológicas, como os Estudos Baseados em Prática – EBP.
O que significa pensar a criatividade organizacional como prática? O objetivo desta pesquisa é desenvolver e discutir o entendimento da criatividade como prática a partir da articulação das pesquisas sobre criatividade organizacional com os Estudos Baseados em Prática. Muito embora o termo “prática” seja de uso recorrente em muitos meios, aqui se enfoca a contribuição do construto advindo da filosofia e da sociologia aos Estudos Organizacionais e à Administração.
Embora, ainda na década 1930, na então União Soviética, a influência dos aspectos sociais na criatividade já tenha sido alvo de investigação, a partir de sua concepção sobre o desenvolvimento histórico-cultural das funções psíquicas superiores (Alencar, 1995; Vygotsky, 1931/1991), o histórico de pesquisas diretamente relacionadas à criatividade remonta à década de 1950, quando o então presidente da American Psychological Association (APA) chamou atenção para a importante lacuna nos estudos sobre o tema (Guilford, 1950; Pinto & Blatmann, 2005).
A compreensão dos estudos até então sugere possíveis conexões entre a prática e a criatividade desenvolvida e compartilhada entre pares, com potencial de resultados e processos criativos mais bem-sucedidos. Porém, percebe-se até então o predomínio no interesse de pesquisa pelos aspectos individuais, o processo, o produto, e o ambiente (Spadarie & Nakano, 2015; Alencar, Fleith & Bruno-Faria, 2010), em detrimento dos aspectos sociais que favorecem o aprendizado e desenvolvimento da prática criativa em Administração, o que se reflete na inexistência de pesquisas correlatas.
Face à multidimensionalidade do construto da criatividade, constatamos que para além das perspectivas teóricas, no campo da Administração é necessário enfatizar as abordagens metodológicas voltadas à prática da criatividade. O objetivo do artigo foi alcançado ao propor aos estudiosos e profissionais da Administração pensar a criatividade como prática, por entender que ao aliar essa contribuição epistemológica, amplia-se a compreensão do construto e vislumbra-se a necessidade de estudos empíricos que apliquem as conexões propostas, face aos desafios atuais.
Alencar, E. M. L. S. (2005). Desenvolvendo a criatividade nas organizações: O desafio da inovação. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n. 6, pp. 6-11. Amabile, T. M. (1996). Creativity in Context. Boulder: Westview Press. Bureau, S. P.; Komporozos-Athanasiou, A. (2016). Learning subversion in the business school: An ‘improbable’ encounter. Management Learning. Vol 48, Issue 1, pp. 39 – 56. Csikszentmihalyi, M. (1997). Creativity: flow and the psychology of discovery and invention. New York: Harper Perennial. De Masi, D. (2003). Criatividade e grupos criativos.Rio de Janeiro